Eros Fansub

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    Mensagem por Nai-chan Ter Out 26, 2010 2:59 am



    Autora: Nai-chan
    Sinopse: "Não tem engano! O nome da história é "Yaoi"
    … a minha historia, de como eu, Luan, um pobre e inocente garoto de 19 anos descobri o que era esse genero de historias e.. er.. bem... Passei a pratica-lo. ^ ^'''
    Tudo por causa de um maldito desafio para escrever fic..."

    Classificação: +18
    Categorias: Originais
    Gêneros: Lemon, Romance, Yaoi
    Status: Completa.

    Consideraçoes: Essa historia é totalmente original. Qualquer coicidencia com a realidade é mera semelhança XD

    E vamos a fic!!!


    Última edição por Nai-chan em Ter Out 26, 2010 3:10 am, editado 1 vez(es)
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    Mensagem por Nai-chan Ter Out 26, 2010 3:02 am

    Parte 1

    Ainda não acreditava que tinha proposto aquela aposta. Ao ouvi-la gabar-se de ser uma boa escritora, não resistir a desafiar aquela garota para um “duelo de escritores”, a desafiei para ver quem escreveria a melhor historia e como era de costume no século XIII, o desafiante tinha o direito de escolher as armas, nesse caso o tema das historias. Assim que ela deu aquele sorriso cínico dela, já tinha percebido que coisa boa não era. E não foi… Ela escolheu como tema “yaoi”. Na hora nem ao menos me disse o que era, mandou eu pesquisar na internet. E assim que descobri o que era quase tive uma sincope. E o pior: ela exigiu o gênero Lemon.



    E agora sentado em frente ao meu computador fico tentando imaginar por onde começar. E não tenho a mínima idéia de como fazê-lo… Hoje ainda é 2 de agosto, época de chuva aqui em Salvador, e tenho até 1º de setembro. Já tinha quase uma semana que ela havia me desafiado. Desde então fiquei procurando historias pela internet ou “fics” como é mais conhecido. Comecei lendo umas mais “leves” para depois ler os chamados “lemons”, mas ambos os gêneros me deixavam agoniados. Das varias historias que li só cheguei ao fim de algumas. Como eu, um cara heterossexual convicto de 19 anos iria conseguir escrever tal coisa? Simplesmente não dava. Mas era orgulhoso de mais para desistir. Então passando novamente a mão pelos meus cabelos loiros que eram um pouco compridos, meio ao estilo surfista, não que eu fosse, sou preguiçoso de mais para praticar esportes. Como meu pai diz, é um milagre que eu não seja gordo. Mas quando olho-me no espelho gosto do que vejo. Não sou muito magro ou gordo, tenho o corpo no que se pode ser considerado o ideal. E meus olhos azuis costumam atrair bastante atenção, isso quando meu cabelo loiro não o está cobrindo. Mas voltando a minha missão, fiquei mais um bom tempo tentando escrever, mas não estava gostando de nada que aparecia na tela do meu computador. Não estava conseguindo colocar “emoção” na historia. Meus personagens estavam vazios. E como era sábado não tinha aula na UFBA -Universidade Federal da Bahia –de Artes Plásticas, então passei a manhã toda tentando escrever. Até que pouco depois do almoço o telefone tocou.



    _ Alô?



    _Luansinho!!! A quanto tempo!- a voz meio afeminada atingiu os meus ouvidos.



    _ Oi, Dan. –respondi sem muita empolgação.



    _ Menino… o que aconteceu? Eu fico dez dias viajando e quando volto, você fica nesse desanimo?!- Daniel como sempre estava super animado.



    _ Eu estou com uns “rolos” aí.



    _ Rolos de problemas ou rolos com garotas? Ou quem sabe com garotos.-diz rindo.



    _ Muito engraçado, Daniel. Eu não jogo no seu time. –diz sabendo que ele não se sentiria ofendido. Aos 18 anos, Daniel já havia admitido que era gay a todos. No começo eu tinha estanhado um pouco, afinal tínhamos 16 anos na época e estudávamos juntos, mas depois fui aprendendo a conviver com isso.



    _ Tudo bem, Luan, mas o que aconteceu?-antes que eu pudesse começar a falar ele me interrompeu- Tive uma idéia. Venha para a minha casa, quero te mostrar as fotos da viagem e outras coisas.



    Acabei concordando. Talvez Daniel pudesse me ajudar… Com certeza ele entendia bem do assunto. De qualquer forma me arrumei e sai de casa. Minha casa ficava na Ondina e a de Daniel na Barra. Era perto, então podia ir andando e aproveitei para pensar durante o caminho.





    O dia estava completamente nublado, mas não tinha chovido durante o percurso. Cheguei ao prédio de Daniel e subi ao apartamento. E como imaginava, Daniel me recebeu com um enorme sorriso.



    _ Luanzinho!!! –ele pulou em cima de mim me abraçando com força.- Estava morrendo de saudade!



    _ Eu também. –respondo correspondendo ao abraço.



    Daniel era apenas alguns meses mais novo que eu e um pouco mais baixo. Era também muito bonito, tinha o cabelo castanho claro um pouco mais curto que o meu e seus olhos eram da mesma tonalidade. O corpo dele era bem trabalhado, devido a sua disposição para ir quase todos os dias para a academia. Muitas garotas lamentavam o fato dele ser gay.



    _ Entre. Meus pais saíram e minha irmã está trancada no quarto com o namorado. –ele diz me puxando pela mão.



    Como conhecia Daniel há anos, já estivera muitas vezes naquela casa. Nós fomos para o quarto dele, que estava com malas e pacotes pelo chao. Organização nunca foi o ponto forte dele. E em meio àquela bagunça, ele pegou um pacote e me deu dizendo um “Para você”. Agradeci e abri o pacote vendo o presente um estojo de canetas nanquins e bicos de pena, não contei ao certo, mas devia ter mais de dez ali, o que era muito útil para um desenhista como eu. Agradeci de novo.



    _ Bem… agora conte para o seu amiguinho o que está te atormentando. –diz Daniel sentando na cama e eu sentei ao seu lado.



    Comecei a contar, falei sobre o “duelo” de fics, sobre o tema e da minha dificuldade. E como não podia se diferente, Daniel começou a rir até que caiu deitado na cama não conseguindo se conter. Não fiquei chateado. Há muito tempo tinha deixado de me importar com esse jeito dele. Então esperei ele se acalmar, o que demorou um pouco para acontecer.



    _ Luan, essa é realmente boa. – Daniel diz parando de rir.- Você que sempre se declarou hetero, e disse que tinha horror dessas coisas. Agora vai ter que escrever sobre yaoi…



    _ Não é por nada, mas você está começando me irritar. –digo tentando me controlar. Todos tinham um limite para a paciência…- Vim aqui pensando que você poderia me ajudar.



    _ Ajudar?



    Não pude deixar de notar o sorriso de Daniel. Ele veio aproximando-se de mim devagar e inutilmente tentei me afastar, mas quando fui me dar conta, ele já estava sentado no meu colo. Aquilo me assustou um pouco, mas não me mexi, permaneci serio mesmo quando Daniel me abraçou.



    _ Pare com isso, Daniel Robin. –digo serio.



    _Por que, Luan Rodrigez?- o sussurro em meu ouvido vez um arrepio percorrer a minha espinha. Volta e meia Daniel aparecia com essas brincadeirinhas.- Do que você tem medo?



    Quando senti as mãos de Daniel tocando o meu peito, o empurrei, derrubando-o no chão. Não sabia o que tinha me dado, mas não consegui levar aquilo na brincadeira como nas outras vezes, talvez por ter lido muito Yaoi e ter visto que era assim que as cenas lemons começavam.



    _ O que deu em você, seu demente?- Irritado, Daniel grita comigo. Ele tinha caído sentado no chao e agora me olhava com fúria.



    _ Eu…desculpe-me –pedi abaixando do lado dele. Me senti tão confuso na hora. Não sabia explicar o que tinha sentido. Apenas tinha sentido meu corpo ficar quente. Aquilo nunca tinha acontecido comigo… não em relação a homens.



    _ Você está mesmo perturbado esses dias. –diz Daniel levantando-se.- Sabe que você não é o meu tipo, e eu só estava brincando.



    Fiquei extremamente sem graça na hora. Tipo... Daniel sempre fazia aquelas brincadeiras comigo e ambos sabíamos que eram só brincadeira. E geralmente eu ate mesmo achava graça. Mas daquela vez não consegui levar na brincadeira. Passei a mão pelo cabelo, afastando-o do olho e mais uma vez pedindo desculpa. Daniel voltou a sentar na cama e eu o segui. Ainda não entendia como um homem podia desejar outro. Lia sobre isso nas fics de Yaoi, mas ainda sim, era estranho para mim.



    _ Se você realmente que ganhar essa disputa… Precisa entender melhor as coisas. – Daniel falou com uma seriedade tão grande, que me surpreendeu.- Eu também leio fics Yaoi e sei que muitas coisas das fics, são tiradas do cotidiano. Então… vou ajudar você a se inspirar!



    _ Como assim? –perguntei com um pouco de medo da resposta.



    _ Vamos dar uma voltinha. Deixe só eu me arrumar.



    Eu não tinha idéia do que Daniel estava pensando, mas já que ele tinha proposto me ajudar… Eu nunca gostei muito de competições, mas quando entrava em uma era para ganhar. Então saiu do quarto e na sala esperei Daniel, que alguns minutos depois voltou vestindo uma calça jeans, uma camisa branca, uma jaqueta vermelha e com tênis. Já eu estava com uma calça jeans e uma camisa de manga comprida preta. Ele apenas gritou para a irmã que estava saindo e após pegar a chave de casa me arrastou para o nosso destino. Destino que só fui saber qual era quando chegamos. Era a academia que ele freqüentava. Na hora não entendi o que ele pretendia ali e nem ele parecia estar afim de me explicar naquele momento. Quando entramos na academia, que não ficava muito longe do apartamento do Daniel, pude olhar o lugar rapidamente. A academia era muito bem equipada com uma área separada para Box e algum outro tipo de artes marciais . Outra coisa que pude notar era que a maioria ali era homem. Dava para contar nos dedos quantas mulheres tinham. Dava para ter uma idéia do porquê Daniel escolhera aquela academia.



    Segurando-me pela mão, Daniel me guiava por ali. As vezes ele dava uma rápida parada para cumprimentar alguém e logo depois recomeçávamos a andar. Subimos uma escada e ainda ouvindo a musica animada da academia, começava a ouvir vozes vindas do andar superior. Passamos pela porta que estava aberta e me deparei com o apartamento de alguém. E alem do apartamento não pude deixar de notar a zona que estava aquele lugar, cheio de homens e vários deles… se agarrando!



    _ Seja bem vindo, Luan. –diz Daniel notando a minha cara de assustado.



    Ainda não conseguia realizar. Era como se tudo que eu tinha lido tivesse virado realidade diante dos meus olhos. Sabia que aquele tipo de coisa realmente acontecia, mas ver assim, de perto, era… “estranho”...



    _ Quem é vivo sempre aparece!- um homem de mais ou menos 20 anos se dirige a Daniel.



    _ Será que não posso ficar um tempinho viajando, que vocês morrem de saudades de mim?



    Senti-me completamente perdido no meio daquelas pessoas. Alguns me olhavam com olhares cobiçosos, o que mais uma vez trazia a minha mente as fics de Yaoi. Aquilo parecia tão natural para eles e para mim já não era tão repugnante. Nos dois sofás, um casal de beijava enquanto outros dois pareciam muito perto de fazer o mesmo. As vozes ali eram animadas e as pessoas –só tinha homens- mais ainda. Bebiam, comiam, riam. Dois mais animados estavam quase transando num canto da sala. Por que ninguém mandava eles irem para um quarto?!



    _ E esse aí, é o seu namorado? – ao ouvir aquilo simplesmente não soube o que responder. Olhei para Daniel esperando a resposta dele.



    _ Não, ele é apenas meu amigo, Luan. –Daniel diz rindo.- Viajei para esquecer um, acha que já iria voltar com outro, Rafa?!



    _ Então vocês dois estão “sozinhos”? – o cara olhou para mim com segundas, terceiras e ultimas intenções. Aquilo fez algo em mim revirar… Nojo?! Acho que não poderia ser outra coisa.



    _ Eu sou hetero… -digo com a voz seria.



    _ Claro, claro. Todos nós aqui somos. – impossível não notar o tom irônico na voz desse cara.



    _ Ok, garotos. Já chega. - diz Daniel ficando entre a gente. - Rafa, o David ta aí?



    _ Está sim. Deve estar no quarto. – e dizendo isso, o tal do Rafa virou-se pronto para ir embora, mas ele ainda virou-se para mim e disse:- Ah… e se mudar de idéia quanto a ser “hetero”, me procure garoto.



    Senti meu rosto ficar quente, não sabia se de raiva ou de vergonha, mas antes que pudesse fazer qualquer coisa, Daniel me segurou pelo braço e me arrastou pelo apartamento. Ainda não conseguia acreditar na ousadia daquele idiota! Um tempo atrás eu teria dado um murro na cara dele. Mas… porque não fiz isso? Eu poderia ter me livrado da mão do Daniel. Mas não iria pensar nisso. As cenas ou meu redor ainda me chocavam um pouco. Uma coisa era ler, outra era ver.



    Finalmente Daniel parou de me puxar. Paramos na frente de uma porta, que sem cerimônias ele abriu. E mesmo depois de tudo que eu tinha visto, ainda consegui me surpreender com o que vi. Não por ser algo abominável ou obsceno, mas lembrava muito uma fic que eu havia –quase- gostado. Ali era um quarto, como as cortinas estavam fechadas, deixava o lugar meio escuro. E sobre uma cama de casal haviam três pessoas. Dois rapazes, um muito pálido, cabelos escuros e compridos e outro de cabelo curto e mais claro; ambos deitados ao lado de um homem que aparentava ter uns 25 anos. Mas era justamente este que chamava a atenção. Ele era forte e tinha a pele bronzeada - dava para ver bem, já que ele estava apenas de bermuda - tinha o cabelo mais comprido e escuro que o meu e repicado, sendo que as maiores mexas chegavam até um pouco abaixo do ombro enquanto outros não iam nem até o queixo. Os olhos eram escuros e penetrantes e o sorriso ficava entre o cinismo e a cordialidade. Não era à toa que os outros dois estavam postados ao seu lado como se adorassem a um deus da mitologia grega.



    _ Vejam quem saiu da lista dos desaparecidos. O meu querido Dani! –ele disse erguendo o seu copo com alguma bebida que provavelmente era uísque ou vodka.



    _ Sei que o quanto sentiu a minha falta, David, mas não precisa mais chorar por mim. – Daniel diz em tom de brincadeira enquanto cruza os braços rindo.



    Um breve olhar é trocado entre eles e logo em seguida David faz um gesto com as mãos e os outros dói rapazes saem. Por um instante revirei a minha mente pensando em que personagem se parecia com ele. Milo de Escorpião, Kurama Youko, ou qualquer um que tive uma grande altivez e cara de “dono do mundo”.



    _ Você é rápido, Dani.- ele diz bebendo um pouco- Já arranjou outro garoto e… que conseguiu superar o antigo.



    Mais uma vez meu rosto ficou quente, mas tinha que admitir que não era de raiva. Intimamente aquele elogio tinha me agradado, mas claro que nunca ousaria dizer isso a alguém.



    _ Não é o que está pensando, David. –Daniel diz rindo.- Esse é Luan, um amigo meu. Creio que já te falei dele.



    _ Claro. Você já me falou muito dele. – David diz sem forçar a mente e estende a mão para me cumprimentar. Não sei porque naquele momento me senti vacilar, mesmo assim conseguiu colocar um pé na frente do outro e fui até a beira da cama e apertei a mão de David.- Daniel me falou tanto de você que estava curioso para conhece-lo.



    Eu apenas sorriu em resposta. Quando David solta minha mão, faço menção de me afastar da cama, mas Daniel me faz sentar e senta ao meu lado. Ao mesmo tempo que tinha curiosidade de saber o porquê de estar ali, algo em minha mente gritava para eu sair dali, talvez por causa de vários pensamentos que estava tendo.



    _ Imagino que seu irmão não esteja em casa, para você ficar dando as suas “festinhas”…



    _ Na verdade ele está na academia. Ficou revoltado e disse que ia embora daqui como sempre. Mas eu já não ligo para os ataques do Leandro. –apesar de suas palavras era obvio para mim que David se importava com os “ataques” do irmão. Ao menos era o que seu tom de voz transmitia.- Mas afinal… a que devo sua ilustre presença? Já que imagino que você não veio para a “festinha”.



    _ Vim colocar o Luan na academia.- Daniel diz me surpreendendo e dando um leve tapa no meu ombro.- Ele está precisando. E claro que imaginei que você poderia ajudar nisso.



    _ Espere aí… -tentei dizer algo, mas Daniel ergueu a mão me calando.



    _ Ele vai começar na segunda-feira comigo.



    _ Ótimo. Na segunda ele pode se matricular oficialmente.



    Não disse nada. Mesmo porque parecia que o Daniel não estava nem um pouco preocupado com a minha opinião. Ainda não conseguia entender a idéia dele me levando até ali, mas como ele sempre foi meu amigo, não tinha porque duvidar dele agora. Bem… então nos despedimos de David e saímos,mais uma vez passando por aquela multidão de lunáticos sodomitas. Ao menos sai vivo dali e com minha integridade física preservada, mesmo tendo sentido alguém passar a mão na minha bunda.





    ****************************



    E finalmente chega a segunda-feira. Havia tido um dia cansativo na faculdade e depois de estudar um pouco –realmente pouco- tentei escrever a maldita fic de Yaoi, mas sem muito sucesso como sempre. O dia estava frio e enquanto ia para a casa de Daniel choveu bastante assim como na maior parte do dia. E quando cheguei no prédio, Daniel já me esperava na portaria.



    _ Finalmente! –diz ele com cara de bravo.- Achei que tinha desistido.



    _ Isso realmente passou pela minha cabeça, mas a curiosidade em saber o porquê de você insistir tanto na minha entrada nessa academia foi maior.



    _ Ainda não percebeu? Se lá você não encontrar uma fonte de inspiração, você não vai encontrar em lugar nenhum. E você também anda muito sedentário – ele me disse quase rindo.- E eu acho que o David vai poder te ajudar bastante…



    _ Quanto a ser sedentário?



    _ Não. Quanto a fic. Será que você não percebeu que o cara é um verdadeiro Deus? –Dan pareceu indignado quanto a minha suposta falta de percepção. Mas… eu realmente não podia negar que o David era… “simpático”.



    _ Bem, vamos indo. Meu pai me emprestou o carro.



    Eu apenas concordo. A academia era perto, mas com a chuva que caia, o carro veio em boa hora. Mas finalmente chegamos a academia, e após chamar um rapaz, Leandro, fizemos a minha ficha na academia.



    _ De mau humor, Leo? Brigou com seu irmão de novo?–perguntou Daniel enquanto o tal de Leandro passava os meus dados para o computador.



    _ E como não brigar? – a irritação era muito notável nele.- Pronto. Você já pode começar.



    Daniel e eu agradecemos e saímos dali. Daniel foi me contado que Leandro era o irmão mais novo de David. Não que os dois se odiassem, mas o bissexualismo do mais velho deixava Leandro doido, sem contar que mais homens que mulheres freqüentavam a cama de David. Inclusive o próprio Daniel já havia passado pela cama de David, mas acabaram chegando a conclusão de que eram melhores como amigos do que como amantes. Mas não houve muito tempo para conversa pois mais ou menos meia hora depois, quando estávamos usando as esteiras, o celular do Daniel tocou.



    _ Diga, pai. – não pude deixar de notar a seriedade que Daniel adquiriu.- Ok, ok. Estou indo para aí agora.- e desligou o celular.



    _ Aconteceu alguma coisa? –perguntei ao ver Daniel desligando a sua esteira.



    _ A minha mãe passou mal. Meu pai que o carro para levá-la ou hospital.



    _ Se quiser eu vou com você. –digo querendo ser prestativo. Conhecia toda a família de Daniel há muitos anos, já me sentia meio parte dela também.



    _ Nem pense nisso, espertinho. - Ele diz rindo e apontando para mim. - Combinamos que você faria 2 horas de academia.



    _ Assim como combinamos que você ia ser o meu “personal trainer”!- não podia negar que também queria fugir dali.



    Daniel não disse mais nada, a não ser um “Até mais, Luan” e foi embora me deixando sozinho na academia. Depois que Daniel foi embora continuei fazendo os exercícios… mas só por mais 5 minutos – para ter certeza que ele não ia voltar - e depois desliguei a esteira e fui para a lanchonete que tinha na academia. Não agüentava mais aquilo, eu precisava comer alguma coisa ou não conseguiria colocar um pé na frente do outro. Mas como de se imaginar… na lanchonete só tinha produtos naturais. Nada de hambúrguer ou batata frita. E sem outra opção pedi um sanduíche natural e um suco. Ainda não acreditava que tinha seguida a idéia maluca do Daniel. Eu devia estar tentando escrever e não perdendo o meu tempo numa academia onde só parecia ter loucos e sodomitas. Sem contar que eu me sentia completamente perdido no meio daquelas pessoas. Não conhecia ninguém… ou melhor…



    _ Olá. – a voz grave me chamou.- Você é Luan, o amigo do Dani, não é?



    Olhei na direção da voz vendo David, que sentou ao meu lado e pediu um suco. Ele ainda continuava com um sorriso de “dono do mundo”, e agora todo suado, com a camisa grudando no corpo bem definido, assim como o cabelo insistia em grudar no rosto, apesar de insistentemente ele tentar afasta-lo. Ele estava tão bonito quanto na primeira vez que o vi.



    _ Sou eu sim. E você é David, certo?



    _ Está sim. – ele estendeu a mão me cumprimentando e eu correspondi ao seu gesto.- E o Dani, não veio hoje?



    _ Veio sim, mas a mãe dele passou mal e ele teve que voltar para casa.



    _ E você aproveitou para escapar dos exercícios. –ele diz rindo me deixando sem saber o que dizer, afinal… aquilo era verdade.- Mas não precisa se preocupar. Eu não vou contar nada a ele.- por um instante fiquei encantado com David. Fiquei observando tomar o seu suco, reparando em cada detalhe nele. E acho que foi ali, que pela primeira vez, eu me senti atraído por um homem…



    Naquela noite eu e David ficamos conversando. Ele me contou um resumo de sua vida. Tinha 27 anos, morava com o irmão, Leandro, de 23 anos – o que eu já sabia - havia feito faculdade de educação física. Havia perdido o pai quando tinha 17 anos e a mãe quando tinha 22 anos e desde então havia tido liberdade para “ser quem realmente era”, como ele mesmo disse, apesar do irmão viver implicando com isso. Mas como só tinham um ao outro acabavam aprendendo a conviver com as diferenças. Não nego que fiquei encantado com ele. Ficamos muito tempo conversando até que quando me dei conta já eram pouco mais de oito horas da noite. Despedi-me do David e prometi voltar.





    E assim uma semana foi passando. Quase todos os dias eu ia para a academia com o Daniel e depois de duas horas de exercício eu ficava conversando com o David, isso quando não o fazia entre um aparelho e outro. E enquanto isso a minha fic de Yaoi começou a evoluir, mesmo que lentamente. Mas sempre que começava a faze-la pensava no David e isso estava começando a me agoniar. Não era possível que depois de 19 anos eu estava tendo duvidas sobre a minha opção sexual! E tudo isso acontecendo em uma semana. Eu tinha que ler menos Yaoi, se bem que agora eu já não tinha problema com as fics. Lia todos os gêneros e as vezes até para me distrair. Estava começando a gostar daquele gênero.



    Em uma terça-feira, mais uma dia frio e chuvoso, eu estava estudando em casa a tarde, quando Daniel chegou todo animado como sempre.



    _ Luanzinho! –e ele me abraçou pelo pescoço, já que eu estava sentado na escrivaninha.



    _ Oi Dan. –respondi fechando o livro se sabendo que Daniel não me deixaria estudar mais. E eu também já estava ali a muito tempo. Então levantei e sentei na cama com o meu amigo.- E Aí? Novidades?



    _ Nada importante. – ele diz deitando na minha cama como se fosse a dele.- E você?



    _ Também não. Apenas estudando muito. –digo deitando ao seu lado. Apesar do Daniel ser gay nunca tive problema com isso. Como ele mesmo dizia, eu não era o tipo dele, então não tinha chance dele dar em cima de mim. E as vezes até brincávamos com isso.



    _ E a fic? Como anda? – ele se apoiou num cotovelo para me encarar melhor.



    _ Acho que na segunda ou terceira pagina. Mas finalmente estou conseguindo escrever algo que preste.



    _ Tendo David como inspiração… que fic não ficaria boa? – Daniel diz num tom meio irônico e tentando segurar o riso.



    _ E quem disse que ele é minha fonte de inspiração?! – disse mesmo sabendo que aquilo era verdade. O meu personagem principal era baseado no David, talvez por isso estivesse ficando bom.



    _ Não adianta negar, Lu. –ele diz passando para cima de mim e segurando minhas mãos ao lado da minha cabeça. E por um instante aquilo me incomodou de uma forma estranha. Sentia o calor do corpo de Daniel de encontro ao meu e como nossos rostos estavam próximos podia senti a respiração dele junto ao meu rosto.



    _ Dan… por favor, saia de cima de mim… -pedi com a voz meio baixa.



    E então o Daniel sorriu para mim. Não entendi o que ele queria, ainda mais quando ele desceu os lábios até o meu ouvido e sussurrou:



    _ Você é bi, Lu.



    Fiquei assustado. E num reflexo, empurrei o Daniel, jogando-o na cama. Fiquei sentado sem dizer nada. Aquela pequena frase parecia ter mexido comigo mais do que queria admitir. Fiquei tentando pensar se ele poderia estar certo… A alguns dias eu não pensava da mesma forma quando se tratava de yaoi e homens.



    _ Luan… - Daniel me chamou num tom meio preocupado, sentando-se também e tocando o meu braço.



    _ Por que… você acha isso? –perguntei sem encará-lo.



    _ Eu já tinha pensado nessa possibilidade a um tempo e na ultima semana desde que você conheceu o David passei a ter quase certeza.- eu não disse nada então ele continuou- Você sempre gostou de mulheres, mas também nunca se incomodou em elogiar outros homens ou ouvir as minhas historias com meus namorados. Você até dava sua opinião sobre cada um. – ele terminou sorrindo um pouco. – E alem do mais… Nunca ouvi a teoria de Freud de que 90% das pessoas são bi?! 8% homo e só 2% são realmente Hetero?!



    _ Mas isso não quer dizer que eu seja bissexual! Eu posso pertencer a minoria.



    _ E quanto ao David?! Nega que se sente atraído por ele? – não disse nada, então ele puxou o meu rosto para encarar-me. – E de uns tempos para cá, você tem reagido diferente quando eu brinco com você. Você agiu da mesma forma que agiria se fosse uma garota… Agi como se sentisse um desejo que não quer sentir.



    _ É melhor você ir. –disse me levanto e não querendo mais continuar com aquele assunto. Aquilo estava me incomodando principalmente pelo fato de saber que tudo que o Daniel dizia era verdade.



    Apesar do meu pedido, Daniel não saiu dali. Ao invés disso ele se levantou e me abraçou. Não sei direito o que senti, mas apenas correspondi ao abraço. Se fosse para confessar o que sentia, não teria ninguém melhor que o Dan para isso.



    _ Não precisa ficar assim, Lu. –ele disse com calma ainda me abraçando.- Sabe que sou seu amigo. E se não quiser falar sobre isso, não tocarei mais no assunto.



    _ Só estou confuso. Talvez… talvez você esteja certo.-digo abraçando-o com mais força.



    _ Sei como se sente. Eu passei por isso a uns anos, lembra?- não sei exatamente porque, mas me senti um pouco mais reconfortado com aquilo.- Alem do mais não é o fim do mundo. Você pode… acabar descobrindo um outro lado da vida… um lado melhor.



    Acabei sorrindo para o Daniel que sorriu de volta. Voltamos a sentar na cama e dessa vez me senti mais próximo dele. Sempre fomos grandes amigos, mas agora parecia que a única barreira que nos separava tinha acabado de cair.
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    Mensagem por Nai-chan Ter Out 26, 2010 3:10 am

    Parte 2

    Estava ainda confuso quanto a conversa do dia anterior com Daniel. Seria eu, realmente bissexual? Não conseguia decidir. Andava pela orla, sem prestar atenção no belo mar ao meu lado. Caminhei até chegar ao Farol da Barra e lá sentei em um banco. Não pude deixar de pensar no David. Nos conhecíamos a pouco tempo, mas nos dávamos muito bem. Ele sempre era gentil e amistoso comigo – as vezes até de mais- e não podia negar que gostava da atenção que ele me dava. Aquilo me cativava e criava em mim a necessidade da companhia dele.



    _ O que está acontecendo comigo..? –pensei alto.



    _ Espero que nada de ruim.



    Tremi levemente ao reconhecer a voz. Virei-me na direção dele, vendo-o tão bonito como sempre. Com uma calça cinza e uma jaqueta da mesma cor e uma camisa azul claro por baixo desta.



    _ Ah… Oi, David. –digo sorrindo para ele e vendo-o sorrir de volta.



    _ Tudo bem com você? –ele perguntou sentando-se ao meu lado e colocando o braço em torno do meu ombro.



    _ Acho que sim… - digo pensativo, sem olha-lo nos olhos. David não diz nada e então uma pergunta me passa pela cabeça e sinto necessidade de saber a resposta. - David… posso fazer uma pergunta meio… indiscreta?



    _ Pergunte. –ele respondeu num tom bem humorado.



    _ Como foi que… você percebeu que gostava de homens?



    _ Isso…- David tirou o braço do meu ombro e eu tive vontade de pedi-lo para continuar como estava, mas logo ele segurou a minha mão. – Bem… quando eu tinha uns 15 anos. Digamos que um amigo meu me influenciou nesse lado. Eu já havia pensado na idéia de gostar de homens aí quando ele pediu para ficar comigo acabei aceitando. De qualquer forma, relaxe… No começo você pode achar meio estranho, mas acaba gostando da coisa.



    E aquilo fez com que eu ficasse vermelho. É claro que ele já havia percebido a minha “situação”. Talvez ele estivesse até me achando um bobo, ou não… David sorria para mim de um jeito que me fazia querer estar sempre perto dele. E o fato de sermos homens já não me parecia um problema tão grande. Afinal… quando é com mulheres sempre tem vários problemas de um não entender o outro e afins... Creio que sendo do mesmo sexo esses problemas diminuem.



    E pelo jeito que David me olhava… Sabe quando fica um clima entre duas pessoas e ambas sabem disso, mas fingem não saber, só para fazer charme?! Acho que foi mais ou menos assim que nos estávamos. E então ficamos conversando por mais um tempo até que eu fui para casa.



    Naquela noite não ia para a academia então aproveitei para ficar escrevendo a minha fic. Eram oito da noite quando o telefone tocou.



    _ Alo?



    _ Luanzinho! – era impossível não saber que era o Daniel.- Está ocupado?



    _ Não muito. Por quê?



    _ Queria que você fosse me encontrar na academia.



    _ Mas Dan… já está tarde. E alem do mais está chovendo. –digo na tentativa inútil de fazê-lo mudar de idéia.



    _ Por favor, por favor, por favor… - céus… porque ele sempre tinha que fazer voz de choro para me pedir as coisas?! Eu sabia que não adiantaria insistir. Quando o Daniel queria alguma coisa de mim, ele sempre conseguia.- Eu to no Shopping Iguatemi e to indo para lá.



    Acabei concordando pouco tempo depois. Coloquei uma roupa mais quente, peguei o meu guarda-chuva e sai. Estava chovendo e ventando muito para ir andando. Então peguei um ônibus num ponto que ficava perto da minha casa. E durante o caminho eu olhava pela janela, vendo a chuva, que ficava mais forte a cada instante, e ia pensando na bagunça que estava os meus sentimentos. Parecia que eu realmente estava gostando do David…



    Quando cheguei na academia o lugar estava vazio. Parecia não ter uma alma viva ali, mas as luzes estavam acesas, apesar da porta fechada. Então vi David. Ele sorriu para mim e veio abrir a porta. A chuva havia piorado muito naquele instante. Parecia que o céu estava desabando. Vou te contar… Salvador fazia sol e calor praticamente o ano todo, mas quando resolvia chover... Mesmo com guarda-chuva eu estava todo molhado.



    _ Oi… - disse entrando.- Daniel chegou?! Ele marcou comigo aqui…



    Por um instante David ficou pensativo e então sorriu meio de lado.



    _ Não. Mas ele deve estar chegando. – ele disse me trazendo para dentro.



    David me levou até o apartamento dele – o irmão dele não estava lá, tinha ido dormir na casa da namorada- e como eu estava muito molhado, ele me entregou uma toalha e umas roupas do irmão, já que as suas ficariam grandes em mim. E logo um tempo depois Daniel ligou… Dizendo que não viria. Que raiva que me deu na hora! Mas ele não deu maiores explicações, disse apenas que as ruas estavam intransitáveis e não poderia vir e depois desligou.



    _ Ora, ora… Mas de fato não tem condições de alguém sair na rua assim. – David disse apontando para a janela. – E falando nisso… Acho melhor você não ir para casa por agora. Você pode dormir aqui.



    Olhei para David meio surpreso pela proposta. Mas de fato… Se saísse na rua naquela chuva não teria muita chance de chegar vivo em casa. Então… acabei concordando. Ora… o cara mais… incrível que eu já tinha conhecido estava me convidando para dormir na casa dele… Na minha atual situação/ opção sexual e não recusaria isso! Então liguei para minha casa avisando e tudo ficou certo.



    _ Até que vai ser divertido ter companhia aqui. – David disse quando estávamos no quarto dele. – Você pode dormir no quarto do Leo, já que ele vai passar a noite fora. Ou…



    Ta… A Partir daí as coisas ficaram um tanto quanto “perigosas”. David se aproximou de mim até que nossos corpos ficassem colados e eu não tive a mínima vontade de me afastar dele. Na hora a minha máxima reação foi fechar os olhos quando senti meus lábios serem tocados pelos de David. Era um contado muito leve, mas o suficiente para fazer meu coração disparar. A principio não me mexi, mas não fiz nada para afasta-lo, mesmo porquê não podia negar que estava gostando. Com uma das mãos, David me segurou pela nuca e a outra foi parar em minhas costas, acariciando-me. Finalmente criei coragem para toca-lo. Coloquei minhas mãos sobre seu peito, sentindo aqueles músculos tão bem definidos. E então passei a corresponder ao beijo, movendo meus lábios sobre os dele, mas sem ir alem disso, até que aos poucos ele foi se afastando de mim, mas sem me soltar.



    _ Mas se você preferir, pode dormir comigo. – David me disse sorrindo.



    Céus! Aquele pedido me pareceu tão tentador. Mas não tive como responder, pois David tornou a me beijar e dessa vez não hesitei em corresponder o beijo com mais intensidade, abrindo os lábios e deixando que ele explorasse a minha boca. Dessa vez quase não pude respirar. E sem parar de me beijar, David me deitou na cama, ficando por cima de mim. Logo um par de mãos fortes explorava o meu corpo me causando certos “arrepios”. Senti um pouco de medo com aquilo; não sabia até a onde iríamos e nem se teria forças para dizer não a ele. Acho que David percebeu isso, pois saiu de cima de mim, deitando-se ao meu lado e puxando o cobertor para nos cobrir.



    _ Boa noite, Luan.- ele disse calmo e envolvendo a minha cintura com um de seus braços.



    Não pude deixar de ficar surpreso. Por um instante pensei que ele ia… Acabei ficando envergonhado com meus próprios pensamentos. Afinal o que estava acontecendo comigo?! A um mês atrás eu jurava ser heterossexual, e agora já estava pensando em transar com outro homem.



    _ Relaxe…- tive a impressão que David estava querendo rir.-Eu não vou fazer nada… não até você querer.



    E então David sorriu para mim me passando uma confiança enorme. E eu não pude deixar se sorrir de volta. Era até engraçado como aquelas palavras me fizeram sentir bem. Fiquei de lado de frente para o David e também o abracei. Me senti bem ali, apesar de ainda ser um pouco estranho para mim estar daquela maneira com outro homem. Também me senti como uma menininha virgem, com o primeiro namorado – o que era meio ridículo. Então nos beijamos, varias e varias vezes, até que dormimos abraçados.





    **********************************



    Não tinha a mínima idéia de que horas eram quando acordei naquele dia. E a principio não tinha muita idéia de onde estava, até olhar ao redor e sentir na cama o cheiro bom do David. A cortina do quarto estava fechada, o que deixava o quarto escuro. Mas algo estava errado ali. David não estava mais ao meu lado. Sentei na cama pensando no que fazer. Tinha que ir para casa, mas não podia ir sem nem ao menos falar com ele. Levantei da cama e assim que sai do quarto, vi o meu anfitrião saindo da cozinha e vindo na minha direção.



    _ Vejo que já acordou. –ele disse me abraçando. - Dormiu bem?



    _ Sim. – e mais uma vez deixei que ele me beijasse. Aquele cara realmente estava me tirando do serio!



    Acabei ficando na casa de David até quase meio dia. Como era domingo, não tinha muito mais o que fazer naquele dia. Mas ainda sim tinha alguns trabalhos da facul para fazer. E com muito custo me despedi de David. Eu estava muito feliz!!!



    Os dias que se seguiram foram ótimos. Eu via David quase todos os dias. A gente quase não tinha tempo para conversar. Ficávamos fazendo outras coisas, sabe?! Daniel era um dos muito poucos que sabiam do meu relacionamento com David e dava o maior apoio. Mas o que eu tinha com David não era um “namoro”. Não sei bem o que era. Eu gostava do David e da companhia dele, mas já havia sentido coisas mais fortes por outras pessoas. Por exemplo… Eu gostava dele, mas ainda preferia a companhia de Daniel. Acho que se realmente estivesse apaixonado ele seria minha prioridade. Alem do mais… ainda no tínhamos feito nada de mais. Só umas agarrações básicas.



    E por falar no Daniel… Acho que acabei ficando meio distraído por causa do David e de meus assuntos e acabei esquecendo de prestar atenção no meu amigo… Eu só fui perceber num certo dia. Já no final de agosto…



    Era noite e eu estava assistindo anime em casa quando minha mãe me gritou dizendo que Daniel estava ali. Do quarto mesmo o chamei. E definitivamente aquele não era o Dan que eu estava acostumado a ver. Ele parecia abatido, com a cabeça baixa… Aí claro que eu percebi que tinha algo de errado.



    _ Dan… Aconteceu alguma coisa?- perguntei levantando-me e indo na direção dele.



    A principio Daniel não disse nada. Ele simples mente me abraçou e começou a chorar. Aquilo me deixou assustado e acima de tudo preocupado com meu querido amigo. Ele nem mesmo conseguia falar de tanto que chorava. E como um bom amigo, eu permaneci abraçando-o e tentando acalma-lo. Nunca tinha visto o Dani tão frágil. A não ser quando havia terminado o seu ultimo namoro.



    _ Eu odeio a minha vida. Eu queria morrer! – ele disse sem parar de chorar.



    _ Não diga isso, Dan! – eu segurei o rosto de Daniel com as duas mãos fazendo com que ele me encarasse. – Você é meu amigo e eu gosto muito de você. Não quero te ver assim.



    Daniel respirou fundo e se acalmou um pouco. Sorri para ele e tornei a abraça-lo. Me senti mal ao ver a tristeza do meu melhor amigo. Eu realmente gostava muito de Daniel e queria fazer alguma coisa para ajudá-lo. Então eu puxei Daniel para a cama e fiz com que ele deitasse e fiquei ao seu lado o abraçando.



    _ Agora me diz o que aconteceu, Dan. – pedi quando ele parou de chorar um pouco.



    _ A minha mãe… A saúde dela piorou, ela vai ter que fazer uma operação e eu to com medo de perdê-la. – e Dani recomeçou a chorar. – Eu estou com uns problemas na faculdade, em casa e para completar encontrei com Mauricio (o ex dele). Nós discutimos, brigamos e ele me disse umas coisas horríveis…



    Eu me senti um inútil… Meu melhor amigo estava sofrendo e eu não sabia como ajudá-lo. Pior… eu nem mesmo havia percebi que ele estava precisando de mim. A única coisa que podia fazer naquele momento era ouvi-lo e abraça-lo. O Dani sempre foi uma pessoa sensível, se magoava fácil – parecia uma garota nisso, ou ate mesmo pior – e o caso dele com o ex era realmente complicado. Ele havia se machucado muito nisso. E eu sentia uma raiva enorme de Mauricio por ter feito aquilo com ele. Não conseguia entender como alguém podia fazer algo de mal ao Dani. Afinal… ele era bonito, inteligente, carinhoso, uma pessoa incrível… Tive vontade de manter-lo em meus braços e protege-lo de todo mal.



    _ Calma, Dani. Eu estou com você agora. Pode chorar o quanto quiser, pois eu secarei todas as suas lagrimas.



    E quando Dani sorriu para mim, aquilo me pareceu a coisa mais bela do mundo. Ele me beijou no rosto e eu retribui beijando-o na testa. Aí ficamos assim… abraçados, um acariciando o outro, conversando aos sussurros. Até que dormimos juntos…





    **********************************



    Na manhã seguinte acordei primeiro que Daniel. E não pude deixar de sorrir quando acordei e o vi dormindo, encolhido contra o meu peito. Tão bonitinho. Senti vontade de aperta-lo com força, mas me contive. Apenas tirei-o de meu peito para levantar e ir ao banheiro. E quando voltei para o quarto, Daniel já havia acordado, mas ele ainda estava deitado na cama, olhando para o teto. Mas quando me percebeu ali, olhou para mim, sorrindo de um jeito meio envergonhado.



    _ Bom dia, Dani.



    _ Bom dia. – e então ele sentou-se na cama. – Acho que dessa vez eu realmente te aluguei, não é?!



    _ É… mas não se preocupe. – eu disse sentando-me ao seu lado. – Depois eu cobro por isso.



    _ Imbecil! – ele disse rindo e me dando um fraco empurrão, mas eu segurei sua mão.



    _ Imbecil é você… – eu disse serio - …que não veio conversar comigo antes.



    _ É que você estava tão ocupados esses dias. Com a faculdade, a coisa da fic sem contar que começou a namorar agora com o David.... – e ele iria continuar a falar mais eu o interrompi.



    _ Ei, ei, ei. Eu não estou namorando com ninguém, ok?! É só... algo meio indefinido. – eu disse explicando o que tinha com o David. – E mesmo se estivesse, você é meu melhor amigo a séculos. Eu não iria te trocar por um cara que acabei de conhecer.



    E com isso encerramos aquela parte da conversa. Daniel ainda estava um pouco triste, mas melhor que antes. Saímos do quarto para tomar café, onde encontramos a minha mãe, que avisou que tinha ligado para a casa do Dan dizendo que ele iria dormir ali. Uma coisa interessante nisso tudo é que minha família não tinha nada contra Daniel e homossexualismo em geral. Então acho que se um dia eu falasse para eles que estava com um homem não teria tanto problema.



    _ E como está a sua fic? – Daniel me perguntou enquanto comíamos.



    _ Quase pronta, só falta revisar. E na verdade é uma historia original.



    _ Sei.. E não seria uma auto-biografia? – Daniel disse rindo, mas sempre que olhava para ele mais atentamente via que ele não estava 100% bem. – Se um dia resolver fazer uma biografia minha, você que vai escrever.



    _ Mesmo porque eu devo te conhecer melhor que você mesmo até...



    _ É... – e a voz do Dani soou um pouco melancólica, mas logo ele sorriu. A minha mãe apareceu na cozinha so para dizer que estava saindo e então nos dois ficamos sozinhos em casa. Acabei resolvendo falar de algo que estava pensando.



    _ Dani... O que você acha de eu transar com David.



    Aí Daniel acabou se engasgando com o pedaço de bolo que comia. Levou um tempo ate ele voltar ao normal. Acho que ele acabou se assustando com o que eu falei. Afinal.. eu só estava com David a umas 2 semanas, mas acho que depois que não se é mais virgem, não se espera tanto pra fazer sexo com alguém que se esteja namorando ou apenas ficando.



    _ Bem... Se você acha que realmente quer isso. Vai em frente. – so que o tom de voz de Daniel parecia querer dizer justamente o contrario. – Apenas relaxe que não dói tanto quanto a maioria pensa.



    _ Isso eu sei, mas... – dei um sorriso meio cínico. – Será que você está com ciúmes de mim, Daniel?



    _ Claro que não! – ele se apressou em dizer e depois olhou serio para mim, como se estivesse prestes a me bater. – Eu que armei para você ficar com o David e te dei apoio nisso, lembra?! – Daniel disse como se recuperasse sua dignidade. – o David é bom de cama então você vai gostar de transar com ele.



    _ Ele me chamou para dormir na casa dele e deu a entender o que queria com isso. – eu falei meio pensativo. Já que Daniel não parecia querer o que realmente pensava sobre aquilo, eu não iria ficar insistindo, só que eu só tinha a ele para falar sobre aquilo! – E ainda tenho que entregar a fic amanhã.



    Só que parecia que qualquer coisa que eu falasse ali não fazia muita diferença para Daniel. Mesmo que ele respondesse ou comentasse, ele me parecia sempre distante. Só que ele também não queria falar muito sobre seus problemas e depois de me ajudar a revisar a minha fic, ele foi embora, sendo que já era umas três horas da tarde. E mesmo ansioso para o resultados das fics no dia seguinte, o que eu mais pensava ali era em Daniel. Eu já estava ficando agoniado quando fui me encontrar com David.



    Como sempre eu e David conversamos pouco, nos agarramos muito e antes de eu ir embora, ele falou claramente que queria fazer sexo comigo. Ele não me pressionou sobre isso nem nada, mas falou que querendo eu poderia dormir na casa dele na quarta feira, quando irmão dele estaria viajando. E eu voltei para casa me sentindo realmente tentado a aceitar aquele convite.



    **********************************



    E finalmente chegou o dia de ver o resultados das fics! A minha fic tinha exatamente 17 paginas, era em primeira pessoa e falava sobre um rapaz que tinha um caso de amor e ódio com um “amigo”. Acho que o ponto forte ficou sendo a sedução do meu personagem principal, que era uma versão do David com 18 anos. A minha “adversária” havia feito uma historia também em primeira pessoa, que era mais um drama, sobre um menino andrógino que passava por um monte de problemas quando sua família ia descobrindo que ele era gay. Eu tinha admitir que a historia dela estava muito boa. E o resultado daquilo?! Acabou dando empate. Nenhum dos “juizes” conseguiu escolher entre as duas historias.



    Confesso que queria muito ter ganhado aquela competição, mas não discuti sobre aquilo. E também... Aquela historia já tinha rendido para muito mais do que a maioria poderia imaginar. E rendeu ainda mais na quarta-feira…



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    Era quarta-feira umas cinco e meia da tarde. Eu estava preparando de arrumar minhas coisas para ir dormir na casa de David enquanto Daniel lia as duas fics da competição. E sim... Eu havia escolhido transar com o David naquele dia. Claro que estava um pouco nervoso/ansioso com aquilo tudo e Daniel não fazia muita coisa para me deixar mais calmo.



    _ As duas historias ficaram boas e parecem reais. – Daniel disse num tom meio desanimado enquanto eu fechava a mochila. Eu estava levando também uns desenhos meus que David tinha pedido para ver.



    _ É sim. Ei, Dani, quando a sua mãe vai ser operada? – eu perguntei para ele, tentando ver se era aquilo o principal motivo dele estar tão estranho.



    _ Dia 10. – só que a voz dele foi meio indiferente ao falar aquilo e fechou os olhos escorando-se mais na cadeira. – Você vai que horas para a casa do David?



    _ Daqui a pouco. E amanhã a minha aula começa mais tarde.



    Então Daniel levantou-se, fazendo menção de ir embora. Apesar de termos combinado que ele iria para a academia comigo, só que ao chegar na porta ele colocou a mão na maçaneta e parou como se pensasse em algo muito serio. Eu ficava tão agoniado vendo Daniel assim! E o pior é que ele não em falava o que era… Acabei indo ate ele e o abraçando por trás e pude sentir claramente o corpo dele ficar tenso.



    _ Luan… - a voz dele estava meio fraca. Senti uma das mãos dele sobre as minhas, como se ele pedisse que eu não o soltasse.



    _ Por que você não me fala o que esta acontecendo? – eu perguntei com a voz calma, próxima ao ouvido dele. Beijei o ombro de Daniel e o abracei com mais força, para depois vira-lo e ver que ele estava… chorando. – Dan…



    _ Você é muito cruel, sabia?! – Daniel disse sem parar de chorar, enquanto eu tentava secar as lagrimas dele.



    E antes que eu pudesse perguntar alguma coisa, Daniel fez a coisa mais inesperada possível. Bem… não tão inesperada assim para quem fosse mais observador que eu. Ele me beijou. Na boca. Eu fiquei completamente sem reação! Ainda mais quando senti a língua dele dentro da minha boca. Fiquei tão reação que não me movi. Nem para afastá-lo e nem para corresponder ao beijo. Foi o próprio Daniel que se afastou de mim.



    _ É isso... – ele disse tentando segurar o choro. – Eu percebi que gosto de você. – e então ele saiu correndo, me deixando completamente pasmo com tudo aquilo.



    **********************************



    Uma hora depois de daquilo lá estava eu na casa de David. Como ele estava na academia ainda, eu estava sentado no sofá, fingindo que via televisão enquanto não conseguia parar de pensar em Daniel. Era tanta coisa na minha cabeça que nem conseguia pensar direito! E antes que eu pudesse chegar a uma conclusão sobre tudo aquilo, David chegou e sentou ao meu lado.



    _ Filme interessante? – ele perguntou enquanto sentava ao meu lado e passava um braço em torno dos meus ombros.



    _ Não muito. – e mal terminei de responder e fui beijado por ele. David era muito bonito e atraente, assim como Daniel, só que de maneiras bem diferentes. E enquanto me beijava, David foi me deitando ali e depois descendo os beijos pelo meu pescoço. Aquilo era bom, mas... Eu não conseguia relaxar. Talvez por pensar que iria transar com um cara que não conhecia direito.



    _ Luan... – escutei ele me chamando e o olhei me sentindo meio perdido. – Está tudo bem?



    Eu não respondi, apenas virei o rosto para o lado, para não ter que encara-lo. Talvez se fosse Daniel ali eu me sentisse mais a vontade. E logo David saiu de cima de mim e sentou no sofá, sem me encarar.



    _ Você não quer fazer isso quer?! Ao menos não comigo.



    _ David, eu... – eu sentei no sofá, sentindo-me muito envergonhado por aquilo. Ate aquela tarde eu tinha certeza de que queria fazer aquilo com ele, mas agora... E então me ocorreu algo...



    _ Vou ser sincero, Luan, eu não sou apaixonado por você. – ele falou num tom de voz serio. – Gosto de ficar com você, te acho muito bonito e atraente, mas não te amo. O que não quer dizer que isso não possa mudar. Só que antes disso, acho que você deve pensar bem no que sente.



    _ O Daniel me beijou. – eu falei de repente. – Antes de vir para cá, ele foi lá em casa. O Dan tava meio mal e de repente me beijou e disse que gostava de mim.



    _ E isso mexeu com você, não é?! – e para minha surpresa o tom de voz de David não era de revolta, ciúmes ou qualquer coisa assim. Ele parecia ate mesmo bem tranqüilo. – Eu já tinha percebido que ele estava gostando de você.



    Eu olhei para ele meio incrédulo ao ouvir aquilo. Sim... O beijo de Daniel havia mexido muito comigo e eu não podia acreditar que David havia percebido o que Daniel sentia quando eu não! Só que antes que eu pudesse falar alguma coisa David me beijou. Aquela foi a ultima vez que ele me beijou.



    _ Então o que você esta fazendo aqui ainda que não foi atrás dele? – e dessa vez David ate mesmo sorria.



    Eu só pude sorrir de volta. Peguei minha mochila e sai, mas não antes de combinar com David que continuaríamos amigos depois daquilo. E foi com o coração na mão que eu toquei a campaninha da casa de Daniel, mas quem abriu foi a irmã dele.



    _ Imaginei que era você. – ela disse meio indiferente, abrindo espaço para eu entrar. – Daniel esta trancado no quarto e se recusa a falar com qualquer um.



    Claro que ela tinha imaginado que era eu. Inúmeras vezes quando o Dani dava um de seus ataques e se trancava no quarto, pouco tempo depois eu chegava para salvar o dia dele. Só que agora ela não devia imaginar que o motivo do choro do Dani era eu. De qualquer forma não disse muita coisa. Fui ate a porta do quarto do Daniel e bati na porta, pois esta realmente estava trancada.



    _ Vai pro inferno, Sandra! – ele gritou achando que era a irmã.



    _ Dani... Sou eu! Luan…



    Longos segundos passaram ate Daniel finalmente abrir a porta, mas só um pouco. O rosto dele estava vermelho, assim como os olhos. E de certa forma eu me sentia culpado por aquilo, fosse pela minha “falta de atenção” ou simplesmente porque me sentia mal só de vê-lo assim. Ficamos um tempo em silencio, apenas um olhando para o outro.



    _ O que… está fazendo aqui? – Daniel perguntou sem me encarar, ainda parado ali. – Pensei que estaria com o David agora.



    _ É… eu também pensei que estaria lá… - e antes que Daniel pudesse me impedir eu forcei passagem, entrando no quarto e depois trancando a porta atrás de mim. Claro que não pude deixar de notar a expressão de susto dele. – Só que aí eu vi que tinha coisas mais importantes pra fazer!



    _ Escuta, Luan. Esquece o que eu disse e…



    Só que Daniel não pode terminar de falar. Sabe como é… é muito difícil falar quando tem alguém te beijando enquanto te segura pelo rosto. Surpresos, né?! Eu também fiquei surpreso com o que tinha feito, mas se não fizesse iria acabar me arrependendo depois. Mas voltando ao beijo, a principio Daniel ficou tão surpreso que não correspondeu, mas não demorou muito e ele já estava passando os braços em torno do meu pescoço e correspondendo tudo muitíssimo bem, diria ate com certo desespero, como se tivesse medo que eu fosse embora dali ou desaparecesse.



    _ Agora não tem como eu esquecer. – eu disse quando o beijo parou, mas ainda tendo o rosto bem próximo ao do Dani. – Eu também gosto de você, Dan.



    E agora foi a vez de Daniel começar o beijo, me abraçando com mais força. Quando dei por mim, estava escorado a porta e com Daniel com o rosto escondido contra o meu pescoço.



    _ Você não está brincando comigo, não é?! – e a voz dele era meio baixa e me fez ter ainda mais vontade de cuidar dele. Fiquei afagando os cabelos dele e o envolvendo pela cintura, o apertei mais naquele abraço.



    _ Jamais faria isso, Dani. – e ergui o rosto dele, segurando-o com as duas amos e secando as ultimas lagrimas que desciam por aquele rosto que eu achava mais bonito que nunca. – Eu apenas demorei um pouco para me dar conta do que sentia, mas depois que você saiu da minha casa eu não consegui pensar em mais nada. Eu terminei com o David porque jamais conseguiria ficar com ele, já que gosto de você. Gosto de verdade.



    Depois disso não foi preciso dizer muita coisa. Daniel segurou as minhas mãos e as beijou enquanto me encarava com um olhar indescritível! Seu rosto foi aproximando do meu bem devagar, ate o nariz dele roçar no meu e depois os nossos lábios. Fui descendo os beijos pelo pescoço de Daniel de uma forma mais carinhosa que provocante, mas foi o suficiente para ele reagir, fechando os olhos e erguendo a cabeça, deixando mais espaço para mim. E logo ele estava completamente relaxado nos meus braços, ficando a mercê da minha vontade. Devo ressaltar que meus instintos eram bons o suficiente para saber o que fazer e o que iria acontecer depois daquilo. Mas acho que foi so para confiar isso que Daniel disse:



    _ Dorme aqui essa noite. – e era difícil dizer se aquilo era um pedido, uma sugestão ou… uma ordem. Só que qualquer que fosse a opção certa, eu jamais me negaria a aquilo.



    Não sei se foi o cheiro do Dani, o seu som de voz, ou as mãos dele me acariciando, mas eu me senti completamente diferente. Mas de uma forma agradável. Queria tocá-lo, beija-lo… fazer amor com ele! Claro… eu sabia o que fazer fosse como passivo ou como ativo, mas não tinha nenhuma experiência, o que me deixava um pouco nervoso, só que fiz questão de não demonstrar.



    Segurei Daniel pela mão e o levei ate a cama, sentando-o e ficando ao seu lado, começando a beijá-lo nos lábios e a colocar uma das mãos dentro da camisa dele, indo ate seus mamilos e apertando de leve.



    _ Luan… - ele ficou surpreso pela minha ousadia, mas sorriu para mim e depois tirou a própria camisa, jogando-a no chão. – assim fica mais fácil. – e voltou a me beijar.



    Aquilo era realmente bom! Creio que podia contar nos dedos as vezes que tinha me sentido tão atraído por alguém e nem David tinha conseguido aquilo de mim. Bem… isso porque o caso com David era realmente mais atração. Não tinha “aquela coisa especial” que eu estava sentindo por Daniel e fazia toda diferença. Ainda mais porque me sentia a vontade com ele. Então fui deitando-o na cama e ficando por cima dele, ficando entre suas pernas. Podia sentir meu sexo pressionado contra o dele, aumentando ainda mais a minha excitação e, pelo que podia notar, a de Daniel também. Fui beijando o pescoço dele, mordendo a pele de leve.



    Fui decorando com os dedos, olhos e lábios cada centímetro daquele corpo, como se fosse a primeira vez que o via. E de certa forma era a primeira vez que o via, que o via com desejo e me sentindo atraído por ele. E uma hora parei o que fazia para tirar a minha própria roupa, mas mal levantei-me da cama e Daniel levantou-se também, fazendo questão de tirar a minha camisa e todo o resto! Deixando-me completamente nu na frente dele. Ele já tinha me visto nu uma vez ou outra, mas também não pode deixar de ter a mesma reação que eu, querendo me tocar.



    _ Você é tão bonito, Lu… - ele disse enquanto ia me fazendo sentar na cama e se ajoelhava na minha frente.



    Daniel me olhou de um jeito que deixou claro o que iria fazer. Eu apenas engoli em seco e não disse nada, apenas fiquei olhando quando ele abriu mais as minhas pernas e tocou meu pênis, primeiro com as mãos, com toda a calma do mundo. Percorrendo toda a extensão, da glande aos testículos. E depois ele tocou ali com os lábios. Eu mordi os lábios para não gemer, não muito alto. Tive que usar uma das mãos para me apoiar na cama, caso contrario com certeza iria cair para trás.



    E quando eu olhava para baixo, vendo meu falo sumir entre os lábios de Daniel... Aí sim eu achava que iria morrer ali de tanto prazer. E a cada instante tinha mais certeza disso. Tanto que uma hora tive que avisar ao Dani… Não é muito fácil falar nessas horas, mas ele me entendeu perfeitamente e afastou-se bem na hora que eu cheguei ao orgasmo.



    _ Isso é bom, não é?! – eu ouvia a voz de Daniel, mas esta me parecia tão distante... Meus olhos ainda estavam meio fechados e eu não conseguia normalizar a respiração. E pelo risinho que Dani deu ali, ele deve ter achado um pouco de graça disso. – Mas tem coisa melhor... – e não sei porque, mas eu não duvidava nem um pouco disso.



    Não ofereci resistência alguma quando Daniel foi me deitando na cama e ficando por cima de mim, beijando meus lábios e afagando meu cabelo. A questão era que Daniel ainda não estava satisfeito e eu tão pouco. Então bastou apenas mais alguns instante recebendo as caricias de Dani e eu já estava pronto para outra.



    _ Lu… - ele chamou enquanto ficava com a mão entre minhas pernas, fazendo carinho “ali”. – Você quer se ativo comigo? – e sinceramente... eu nunca tinha ouvido Daniel com um tom de voz mais sensual que aquela. – Você quer me ter?!



    E depois dessa o vosso querido narrador teve um ataque cardíaco e morreu. Fim…!



    Ta... Isso foi brincadeira. Mesmo porque, se eu tivesse morrido não estaria aqui para contar isso. Mas depois de ouvir aquilo eu realmente achei que iria ter um ataque, mas me controlei.



    Não pensei duas vezes e segurei Luan pelo cabelo, e o puxei para um beijo. E enquanto o beijava, fui invertendo as posições, ficando por cima dele, entre as pernas dele. E devo ressaltar... Todas aquelas idas a academia realmente estavam fazendo muito bem a Dani. Mas voltando... Eu já ia começar com aquilo, quando me lembrei de algo. Sai de cima de Daniel e me levantei, vendo a cara de interrogação dele.



    _ Lu… - ele me chamou, sem entender nada. Talvez estivesse achando que eu tinha mudado de idéia e desistido ou coisa assim. Mas foi so eu me dirigir para o armário dele, para as gavetas e Dani logo entendeu minha idéia e voltou a relaxar ali.



    No fundo da terceira gaveta do guarda roupa de Daniel, eu peguei um potinho branco, onde tinha escrito “K.Y.”. Uma vez enquanto me dava uma aula sobre “lemon”, Daniel tinha me apresentado ao “K.Y.” dele, o dito melhor lubrificante. Só que acho que quando ele tinha me mostrado onde escondia o dele, ele não tinha idéia de que iríamos usar aquilo juntos.



    Quando voltei para a cama, Daniel já estava deitado, com as pernas flexionadas me esperando. Passei aquilo no Dani e em mim, para depois deitar sobre ele, me posicionando.



    _ Te amo, Luan. – ele disse no meu ouvido e isso me fez sorrir.



    _ Também te amo, de verdade.



    E após essa declaração, comecei a penetra-lo, devagar e com cuidado. Mesmo que

    Daniel já estivesse acostumado, eu ainda sim tinha medo de machuca-lo, devido a minha inexperiência com homens. Mas pelos gemidos de Dani e a expressão dele, cheguei a conclusão de que não estava fazendo nada errado. Então logo fui me movimentando dentro dele, apenas me deixando levar, beijando-o e sussurrando contra os seus lábios o quanto gostava dele.



    Daniel chegou ao orgasmo primeiro que eu, por uma pequena diferença de tempo. E quando finalmente gozei, fiquei deitado sobre ele, tentando recuperar a respiração, o que não parecia uma tarefa muito fácil ali.



    Acabei descobrindo que o melhor do sexo com o Dani, era depois ficar abraçado com ele, em silencio, apenas fazendo carinho um no outro. Não era só com garotas que um cara podia ser carinhoso, não é?! E acabamos ficando assim por um bom tempo, em silencio, até Daniel perguntar algo que aparentemente estava incomodando-o desde que eu tinha chegado ali:



    _ Luan… Você já tinha feito isso antes? – Daniel perguntou de repente, tentando manter a voz o mais imparcial possível, mas era obvio que ele estava com ciúmes. – Quer dizer… Você chegou a transar com o David? – e então ele apertou a minha mão um pouco.



    Aquele garoto era tão fofo que não resisti a abraçá-lo com mais força, quase rindo do ciúme dele.



    _ Não, eu não fiz isso com ele. – eu disse beijando-lhe o ombro. – Lembra que eu iria fazer isso hoje quando um maluco chegou na minha casa se declarando pra mim e me beijando?!



    Daniel apenas riu ao escutar aquilo. Riu e me abraçou com força. E como combinado, acabei dormindo ali. Só que não naquela hora... Quando eu e Daniel fomos dormir, já era mais de meia noite. Tinha acabado de começar um namoro, eu havia tido minha primeira vez com um garoto, que a propósito era meu melhor amigo.



    E aqui acaba essa historia, de como eu, um garoto de 19 anos, descobri o Yaoi!

    Que a propósito… vicia!
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    Mensagem por Nai-chan Ter Out 26, 2010 3:14 am

    Notas finais:

    Essa foi a primeira historia original que fiz, a muito, muito tempo atras! Sendo a primeira, tenho um carinho especial por ela (ok, tenho um carinho especial por todas as minhas historias u.u'') e espero que voces tenham curtido!!!

    A maioria das minhas historias sao grandinhas, mas farei o possivel para posta-las aqui!!

    E comentarios sao sempre muito bem vindos, viu?! ^^
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    Mensagem por Karina Ribeiro Qua Out 27, 2010 6:10 pm

    Ahh mto lindo!!!!
    Adorei sua história!!!!!!
    Vou ser sua leitora!

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