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    [Original] As Mães do Thomas by Nai-chan (Yaoi)

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    Mensagem por Nai-chan Ter Jul 13, 2010 8:33 pm

    [Original] As Mães do Thomas by Nai-chan (Yaoi) Maes03

    Autora: Nai-chan
    Categorias: Originais
    Gêneros: Comédia, Romance, Yaoi, Yuri
    Avisos: Bissexualidade, Homossexualidade, Linguagem Imprópria

    Sinopse: É isso aí. Em um mundo ainda homofóbico, na minha certidão de nascimento, assim como da minha irmã, dizia que eu não tinha pai, mas sim duas mães. E antes que vocês achem que isso é muita insanidade, deixe-me contar como tudo começou...

    Notas da História:
    Essa fic é dedicada a Menfiz. A verdadeira Anne. ^.^
    Na capa da fic sao Nana e Hachiko, personagens do anime Nana. FIC VENCEDORA DO CONCURSO DE ORIGINAIS DO NYAH FANFICTION 2008

    Status: Essa fic seria uma oneshot, mas acabei fazendo uma continuaçao:A vida de Thomas que por sua vez continua em Sem parentesco ( a historia dos filhos do Thomas).


    Então... Vamos a fic!!!! \o/




    Última edição por Nai-chan em Sáb Mar 19, 2011 12:30 am, editado 5 vez(es)
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    Mensagem por Nai-chan Ter Jul 13, 2010 8:34 pm

    Aquela era aparentemente uma noite tranqüila de sexta feira. Minha família estava reunida comendo pizza e falando besteira. Só eu que estava nervoso ali. Isso porque tinha uma revelação importante a fazer sobre mim e até já imaginava a reação delas. Então na hora mais adequada eu disse:



    _ Ah… Já que estamos falando sobre isso, tenho uma coisa importante para contar… - respirei fundo me preparando para o pior. – Eu sou hetero!



    _ O que??? – minha mãe Anne gritou.



    _ Seu anormal! – minha irmã Uriel me olhou com nojo.



    _ Eu já esperava por algo assim… - disse Naiara, minha outra mãe.



    Bem… Se você leu isso até deve, no mínimo, ter estranhado que essa situação tenha sido causada porque eu disse que era hetero. Imagino que você deva ter uma família “Normal” onde o “normal” é ser hetero. Mas se vocês leram isso e prestaram atenção, devem ter notado uma coisa nessa loucura toda que é a minha vida: eu tenho duas mães.



    É isso aí. Em um mundo ainda homofóbico, na minha certidão de nascimento, assim como da minha irmã, dizia que eu não tinha pai, mas sim duas mães. E antes que vocês achem que isso é muita insanidade, deixe-me contar como tudo começou.



    A historia delas começou como começa a da maioria dos casais: um dia se conheceram quase que por acaso e após um tempo de Amizade se apaixonaram. Mas claro que, como isso é a vida real e não uma fic, as coisas não foram muito fáceis para elas. Além do preconceito, a dificuldade de se verem no inicio, e os seis anos de diferença entre elas, as minhas mães Anne e Naiara tinha grandes diferenças entre elas.



    Anne, a mais velha, era do tipo “porra louca”. Foi ela que escolheu o meu nome, Thomas. Ela tinha o cabelo preto na altura do ombro, a pele bem branquinha e olhos de alguma cor entre o verde escuro e o castanho claro. Até aí normal, não é?! Mas eu nunca vi uma mãe com tantos piercings e tatuagens dos quais a que ela mais gostava era o Buda tatuado nas costas. Eu só não entendia como alguém com tantos vícios – como cigarro – e tão explosiva – com certo lado maligno e orgulhoso – podia ser budista! Mas era inegável que eu a adorava! Afinal, como ela mesma dizia, era ela que fazia o papel de “pai que estraga os filhos”.



    Já Naiara era – aparentemente – mais tranqüila. Ela tinha o cabelo cacheado, castanho e comprido, grandes olhos vivos que lembravam os olhos de um gato e a pele era mais bronzeada, por gostar de ir a praia. Ela não fumava, bebia moderadamente, não usava piercings ou tatuagens e embora fosse mais controlada e tolerante, eu não recomendaria que alguém tentasse testar os limites de sua paciência, pois só que fazia isso e conseguia “sair vivo” era a Anne. Naiara TENTAVA fazer o papel de “mãe educadora”, mas no fundo era tão “porra louca” quanto a Anne. Tinha sido Naiara a escolher o nome da Uriel por ser o nome do anjo da morte que ela e Anne tanto gostavam.



    Bem e após anos de namoro, com brigas e entendimentos, idas e vindas, elas se “casaram”. Foram morar e juntas e registraram em cartório alguns documentos que dava a uma os mesmo direitos de eu se fosse legalmente casada com a outra. E depois de uns dois anos morando juntas, inventaram de ter filhos! Como queria ter filhos que fossem das duas, fizeram inseminação artificial com um óvulo da Naiara e a Anne o gerou e aí eu nasci! Elas entraram na justiça e com a ajuda da minha (pseudo) tia Thiara, conseguiram me registrar no nome das duas e depois foi a vez da Naiara gerar a Uriel e também a registraram assim.



    Mas voltando para aquele jantar, eu estava com 16 anos e tinha passado minha vida toda ouvindo que os estranhos eram os outros que não se assumiam que o normal era ser homo ou bissexual. Só que eu nunca me interessei por homens, assim como a minha irmã Uriel que tinha 13 anos.



    _ Quer dizer que vocês vão me condenar por gostar de mulher?! – perguntei indignado.



    _ Ninguém aqui está condenando você, meu anjo. – minha mãe Naiara disse após um instante de silêncio e veio até mim, me abraçando.



    _ Eu to! – disse Uriel.



    _ Uriel! – Anne não sabia se ria ou se repreendia a Uriel.



    Definitivamente aquela família não era normal! Eu não digo isso porque aquelas três eram lésbicas – se bem que Naiara era levemente bi. Digo isso porque elas eram loucas mesmo! Eu era o mais normal ali…



    _ Mas falando sério agora, Thomas… - Anne começou. – Não há problema algum em ser hetero. A maioria das pessoas ainda se diz hetero, apesar de não ser bem assim… E se você é. Eu só posso desejar que um dia você encontre uma garota tão maravilhosa e gostosa quanto sua mãe Naiara! – essa era a Anne que eu conhecia!



    Depois dessa Naiara riu sem graça fazendo um sinal negativo com a cabeça e Uriel começou a querer apostar quem ficaria com mais garotas. Eu realmente achava aquela família louca, mas a adorava! E agora que já falei um pouco das minhas mães, deixem-me falar de mim e da minha irmã.



    Uriel era o subproduto da mente maligna de duas mulheres que mesmo com mais de 30 anos assistiam animes, adoravam Yaoi, Yuri, Dark Lemon, coisas de ocultismo e afins. Ela tinha o cabelo preto bem comprido e ondulado, os olhos eram de um castanho bem claro, quase amarelo. Ela era bem branquinha e tinha um gênio meio difícil. Com apenas 13 anos ela era sarcástica e meio maligna.



    Às vezes ao ponto de que metia medo em alguns amigos meus, mas ela tinha um lado adorável também. Era a bonequinha da casa e quando queria se aproximar de uma garota, ela virava um verdadeiro príncipe encantado. Ela herdou o espírito de “assassina de virgens” da Naiara, como dizia minha tia Thiara.



    E já eu… Eu era o garoto que tinha sido minuciosamente planejado pelas minhas mães. Havia muitas expectativas sobre mim, só nunca havia descoberto se havia atendido aos Sonhos delas ou não.



    Sem falsa modéstia, eu podia dizer que era um rapaz bonito. Eu tinha o cabelo castanho escuro e liso, meio comprido e repicado, chegando até o ombro, meus olhos eram de um verde incomum o que chamava bastante atenção, meu rosto era meio arredondado e o nariz pequeno como o da Naiara.



    Eu tinha uma boa altura e como fazia artes marciais desde os 7 anos tinha o corpo um pouco forte. Eu era uma pessoa tranqüila e bem sociável. Acho que a minha mente só havia sido salva por causa da minha madrinha, Marina, que era quase uma 3ª mãe para mim e para a Uriel.



    Mas voltando a historia eu fui dormir me sentindo mais tranqüilo naquela noite. Eu não tinha nenhum problema com garotos, apenas nunca havia sentido atração por nenhum. Não até aquela época…



    Com a chegada do fim de semana, uma coisa que minhas mães não abriam mão era de passarem um tempo comigo e com a Uriel e terem um tempo só para elas – quando éramos pequenos, nessas horas elas sempre deixavam Uri e eu na casa da minha madrinha Marina. E aquele fim de semana elas iam viajar. Saíram sábado de manhã para voltarem no domingo. E foi aí que tudo começou…



    Era umas três da tarde e eu estava irritadíssimo porque a porra do PC não estava pegando. Que Ódio que isso me dava! Estava pronto para jogar o CPU pela janela do apartamento quando a campainha tocou. Na hora imaginei que seria Uriel que sempre esquecia a chave de casa, mas quando abri a porta…



    _ Oi, Uriel está? – perguntou um garoto com traços orientais.



    Por um instante fiquei meio sem saber o que pensar ao vê-lo ali. Ele era mais baixo que eu, devia ter 1,60 no máximo, os olhos escuros e puxados e seu cabelo era mais ou menos do mesmo cumprimento que o meu, chegando a tocar os ombros, mas ele tinha franja. Normalmente eu não achava legal garotos de franja, mas nele ficava bem.



    _ Em 15 minutos, ela estará aqui. Eu acho… Ainda não voltou do salão. Quer esperá-la?



    Aquele garoto parecia meio constrangido e ao ver a mochila nas costas dele é que me lembrei. Uriel havia dito no jantar que tinha chamado seu “novo bichinho de estimação” para dormir em casa no final de semana. Ela tinha a mania de escolher pessoas que ela considerava fofas para serem seus “pets”. E dessa vez eu tinha que concordar com ela. Pela primeira vez eu achei um garoto fofo de verdade.



    _ Entre. – falei puxando-o para dentro e fechando a porta. – Ela foi ao salão disse que finalmente ia pintar o cabelo de azul e eu to brigando com o computador. Eu sou o Thomas e você?



    _ André. E… O que o seu computador tem? – eu pensei que ele teria um nome japonês bonitinho como Yuu, Kazumi, Yuki…



    _ Não sei… Ele não está ligando e eu já mexi em todos os cabos!



    _ Se quiser eu posso dar uma olhada… - ele disse num tom meio baixo. – Eu entendo de computadores. Então se você quiser…



    Mal acreditei ao ouvir aquilo! Alguém ia salvar o meu PC e com isso a minha vida! Peguei uma chave de fenda e aí André começou a mexer no PC e em pouco tempo ele descobriu o problema e resolveu!



    _ Caramba! Você é um gênio! Como aprendeu a mexer em computador assim sendo tão novo?! – perguntei enquanto abraçava o meu monitor.



    _ Na verdade eu tenho 15 anos… Eu to terminando um curso técnico em computadores. Minha mãe adora me colocar em mil cursos e me deixar ocupado.



    Eu estava pasmo! Olhando para André eu daria 13 anos a ele. Achei que ele era colega de sala da Uriel ou algo assim. E acho que ele percebeu a minha expressão de surpresa, mas antes que eu pudesse continuar a conversa Uriel chegou com a metade de cima do cabelo pintado de azul e embaixo de preto.



    _ Eu não acredito que você pintou de azul mesmo! – ele disse de um jeito que me lembrou uma garota. Acho que por causa da “educação” que recebi conseguia facilmente identificar os “não heteros”. O que era o caso de André.



    _ E você ainda dúvida de alguma coisa vinda de mim?! – ela riu. – É… E pelo visto você já conheceu o meu irmão HE-TE-RO! – ela disse dando ênfase a última palavra e André me olhou meio assustado.



    _ Não começa, ok?! – disse eu dando um leve tapa na cabeça dela. – Você está sendo tão preconceituosa quanto os homofóbicos que tanto odeia.



    _ Eu sei! Só que é muito absurdo! – disse ela indignada. – Você tem noção de quantas pessoas homo e bis gostariam de estar no seu lugar?! O André por…



    _ Uriel! – André a fez calar e colocou a mão no braço dela. E a expressão do rosto dele… Ele estava vermelho e com uma cara de quem não sabia o que dizer. Soltou Uriel e ficou mexendo nas próprias mãos. Tão fofo…



    _ Nyaaahhh… Você é tão fofo! – Uriel disse o que eu tinha pensando enquanto abraçava André o sufocando.



    Acabei rindo um pouco ao ver aquela cena. O André parecia meio constrangido, mas ainda sim se deixava abraçar, mas logo Uriel o soltou e começou a arrastá-lo para o quarto, mas antes de sair, ele sorriu para mim e acenou. Aí respirei fundo e me joguei sobre a cama pensando no que a Uriel disse.



    Eu realmente tinha noção de quantas pessoas adorariam estar no meu lugar e ter duas mães como as minhas. Realmente tinha noção de quantas pessoas ainda sofriam com homofobia. E parecia ser esse o caso de André. Desde a primeira vez que o vi notei uma “aura” de tristeza em torno dele. Algo como um forte sentimento de Solidão… A princípio não soube explicar, mas agora tinha a forte impressão de que havia descoberto o porquê disso.



    Ter duas mães costumava ser bem interessante, mas às vezes trazia pequenas dores de cabeça… Como quando eu era pequeno, tinha uns sete anos e chamaram uma de minhas mães porque eu briguei com um colega. Aí foi a Anne… E acho que até hoje a diretora se arrepende daquele dia…



    _ O que foi que aconteceu, meu anjo? – Anne veio perguntar direto a mim ignorando a diretora pedagógica que estava ali.



    _ Ele brigou com um colega de sala, senhora Anne. E pelo jeito que a professora disse, foi o Thomas que começou… - a diretora disse séria, o que ganhou uns 3 segundos de atenção da Anne.



    _ E você conseguiu quebrar o nariz dele? – ela perguntou esperançosa, o que assustou a diretora.



    _ Acho que não… - disse triste. – Ele era maior que eu e a professora me segurou.



    _ Senhora… Não acho que deva estimular esse tipo de comportamento no garoto…



    _ Mas foi o Cadu que provocou! – eu disse indignado com aquela mulher gorda de uns 45 anos. – Ele é um medito homofóbico filho da puta e vocês chamam a minha mãe?! – sim eu usei exatamente essas palavras,



    Foi aí que Anne estendeu toda a situação.



    _ Bem… Se o casso é esse… - ela começou seria. – Não entendo porque fui chamada aqui. – a diretora pareceu que ia dizer algo, mas ela continuou. – A senhora me chamou aqui apenas para constatar que os meus esforços em transformar o meu filho em uma pessoa de mente aberta e com caráter suficiente para defender suas ideologias deu certo?! Francamente… Qual a parte da lei que diz que todo tipo de descriminação é crime a senhora com o seu baixo QI não entendeu?! – e a diretora ficou boquiaberta. – Disso tudo eu só posso lamentar que o meu Thomas seja pequeno demais para conseguir quebrar o nariz de alguém, mas só o fato dele ter até mesmo se metido em uma briga por causa do que acredita ser certo já me deixa feliz.



    E na hora eu não resistir a rir na cara da diretora. E para completar a cena bateram na porta e aí Naiara chegou ali.



    _ Oi, desculpem a demora. – ela disse e eu corri apara abraçá-la. – O que você aprontou, em?! – ela perguntou afagando meu cabelo.



    _ Nada! – Anne disse antes da diretora. – Ele já está liberado por hoje e nós vamos ir tomar sorvete.



    Com certeza Naiara ia protestar quando àquilo, ia pedir maiores explicações, mas Anne foi até ela e a beijou! E não foi um beijo qualquer. Foi um desses que dava vontade de mandá-las para um motel. E com a porta aberta todo mundo que estava na recepção – incluindo o Cadu e os pais dele. – podia vê-las. E outra coisa que eu achava impressionante era a capacidade da Naiara de corresponder a esses beijos da Anne tão bem e em horas e locais “inusitados”. E quando o beijo parou Naiara apenas disse:



    _ Ok, vou ligar para o trabalho dizendo que só volto à tarde.



    Então eu e minhas duas mães fomos para uma sorveteria. Claro que Naiara ainda quis saber o que aconteceu e… Só para provar o quanto minhas mães eram doidas, a única coisa que ela disse ao saber que eu tinha brigado na escola foi “Vamos colocá-lo numa aula de Artes Marciais!”.



    Fora algumas anormalidades como essas Naiara e Anne eram como a maioria dos pais (liberais): Se preocupavam comigo e Uriel, queriam que fossemos bem na escola e sem dúvida alguma nos amavam muito. E posso dizer por mim e pela minha irmã que isso era recíproco.



    Mas voltando a aquele final de semana, eu, Uriel e o André estávamos jogando WAR quando a minha madrinha Marina chegou.



    _ Vim ver se vocês estão vivos ainda! – ela disse rindo. – E aproveitei para trazer comida japonesa para o jantar.



    Era por essas e outras que eu adorava a Marina! Ela era como uma 3ª mãe, ainda mais porque era quase uma 3ª na relação da Anne com a Naiara. As 3 tinham uma Amizade de mais de 2 décadas e Marina não só havia acompanhado todo o romance das minhas mães, como havia ajudado elas também. E sendo bi, a Marina havia se casado com um homem – o Tio Marcelo – e tinha dois filhos.



    _ Ei tia, minhas mães já te contaram que o Thomas é hetero?! – a Uriel disse num tom sarcástico e eu quase bati nela.



    _ Sério, Thomas?! – e o tom de voz dela era de quem tinha ouvido que eu tinha ido à esquina e voltado. – Bem… Agora você não pode se casar com o Leo, mas pode casar com a Claudia! – Leo e Claudia eram os filhos dela, mas foi aí que os olhos da Marina brilharam e notei que ela olhava para o André com a típica expressão de “Otaku Viciada em Yaoi que Acaba de Achar a Personificação de seu Estereotipo de Uke”. – Ei e quem é o amigo de vocês?!



    _ Eu sou o André, prazer. – ele disse com um sorrio meio tímido e eu tive a forte impressão de que ela ia pular em cima dele e abraçá-lo com força.



    Mas a Marina era mais controlada e apenas ficou conversando uns 10 minutos com o André até Uriel arrastá-la para a cozinha para arrumar as coisas para o jantar, me deixando a sós com o André, que por sinal, havia conquistado 80% do mapa de WAR.



    _ Parece que a Marina adorou você. – disse deitando no tapete. – As minhas mães provavelmente vão te adorar também, aí ou vão querer te adotar ou obrigar você e Uriel a se casarem. – e ri.



    André acabou deitando ao meu lado.



    _ É, mas mesmo não me dando bem com os meus pais, eles não vão me deixar mudar de família assim, embora fossem adorar que eu me cassasse com uma garota. Só que também tem o fato de que a Uri não gosta de meninos…



    _ Sim, mas… Você é tão fofo que não seria impossível que mesmo alguém como a Uri se apaixonasse por você.



    E só quando vi o rosto de André ficar vermelho é que fui me dar conta do que tinha dito. Dei-me conta também do quanto estava perto dele e aí não resisti a levar a mão ao rosto dele, acariciando-o e sentindo o quanto André parecia nervoso. Ele era tão lindinho que meus olhos se fixaram em seus lábios e pensei seriamente em como seria beijá-lo… Mas ao que ele se levantou rápido, dizendo que tinha que ir ao banheiro e saiu correndo me deixando confuso.



    Depois naquilo não tornei a ficar sozinho com André. Minhas mães chegaram no domingo e ao verem-no tiveram exatamente a reação que eu imaginei, especialmente Naiara. E no fim do domingo eu estava no PC quando bateram na porta e ao abrir, dei de cara com André que parecia bastante nervoso.



    _ Eu… Já estou indo. – ele disse sem me encarar.



    _ Foi um prazer te conhecer. Espero que venha aqui de novo. – eu disse aquela frase clichê enquanto o abraçava com força.



    E foi aí que André me surpreendeu!



    Assim que eu desfiz o abraço, ele me beijou! Ele ficou na ponta dos pés e juntou seus lábios aos meus em algo que deve ter durado uns 3 segundos, mas que fez o meu coração parar de bater por um instante e o meu corpo congelar. Eu já havia beijado um garoto antes, mas na época não tinha gostado, não havia sentindo a mesma coisa de quando André me beijou. Com ele eu senti que queria mais daquilo, mas… Antes que eu pudesse ter qualquer reação, André saiu correndo me deixando desnorteado. Eu não era hetero?! E o André era um garoto que eu mal conhecia…



    Eu sabia que Uriel ia me perturbar muito com isso, mas… Acabei pedindo a ela o MSN, orkut, telefone e endereço do André. Ainda não sabia o que estava sentindo, mas queria descobrir.



    ~oOo~



    Uma das coisas que as minhas mães sempre me falaram é que uma das vantagens de um relacionamento homossexual é que é mais fácil você entender o que se passa na cabeça da outra pessoa, as brigas tendem a ser menores. E eu fico pensando até que ponto isso é verdade. Se isso for mesmo verdade, se Anne ou Naiara fosse homem, dificilmente dariam certo juntas. Apesar de vários gostos em comum, elas eram muito diferentes.



    Lembro de uma vez que elas brigaram quando eu tinha uns quatro anos. Eu estava brincando na sala quando ouvi a discussão e fui ao quarto delas. Cheguei a tempo de ver Naiara dar um tapa no rosto da Anne. Na época eu não entendi porque era a Naiara que estava com o rosto molhado pelas lagrimas se era Anne que tinha levado o tapa e estava com uma expressão triste. Eu queria ir até elas e pedir para não brigarem, mas estava com medo.



    _ Acho que não vai adiantar pedir desculpa, não é? – Anne perguntou.



    _ Não peça desculpas por um ato consciente, Anne. Você… - e Naiara parou de falar porque Uriel começou a chorar. Ela tinha apenas alguns meses.



    E sem dizer mais nada à Anne, Naiara foi para o quarto da Uri, pegando-a no colo e logo a Uri voltou a dormir. Aí eu fui até Anne e vi que ela também estava chorando. Abracei a mãe que havia me dado à luz e em minha inocência disse:



    _ Conversa com ela, mãe. Diz que ama a outra mamãe que ela desculpa você.



    Lembro que Anne sorriu de um jeito meio triste na hora e me agradeceu para então me abraçar. Mas aí eu resolvi fazer mais. Liguei para a Marina e ela levou eu e a Uriel para passear e quando voltamos no fim do dia, as minhas mães já tinham feito as pazes.



    Felizmente as brigas delas eram poucas, prevalecendo sempre os momentos bonitinhos entre elas. Mesmo depois de tantos anos de casadas. Como naquela semana, eu estava pensando no André quando passei em frente ao quarto delas e a Anne estava dormindo com a cabeça sobre o braço da Naiara que afagava seus cabelos, parecendo meio pensativa e com um leve sorriso no rosto, parecendo uma garotinha apaixonada.



    _ Ela está bem? – perguntei já que a Anne vivia passando mal.



    _ Só estava com um pouco de dor de cabeça, mas dormiu. E você? Que cara é essa?



    Eu não podia acusar as minhas mães de serem distraídas.



    _ Eu… Nada de mais, só estava pensando na vida. – disse deitando junto a ela.



    _ Sei… E essa vida tem nome, endereço, telefone? E ela já é sua namorada?



    _ Na verdade eu ainda nem sei o que estou sentindo. Tenho medo de fazer alguma besteira. – disse sem falar exatamente quem era. – E nessa situação não sei se poderia apenas “ficar” com ela e ir descobrindo, mas também não sei se quero namorar a sério…



    _ Isso é complicado, mas… Não acha que é melhor tentar agora do que se arrepender depois por não tê-lo feito?!



    Eu sorri e concordei com ela. Aí foi a vez da Uriel aparecer na porta.



    _ Ei, tem espaço para mais dois aí?! – ela perguntou quase rindo e antes que eu pudesse perguntar quem seria a outra pessoa, André apareceu ali, sorrindo de um jeito meio… triste?!



    Acho que Naiara também percebeu que tinha algo errado, ajeitou Anne sobre o travesseiro e após cobri-la direito, saiu do quarto comigo e arrastou André para a sala, sentando com ele no sofá. E claro que eu e Uriel fomos juntos.



    _ Problemas com os seus pais de novo? – Naiara perguntou.



    André apenas fez um sinal positivo com a cabeça e eu tive a impressão de que ele começaria a chorar. Sinto vontade de abraçá-lo, mas a minha mãe fez isso primeiro.



    _ Porque eles têm que ser tão preconceituosos?! – ele perguntou começando a chorar. – Só porque eu sou gay muda o fato de ser filho deles?!



    E de repente comecei a entender qual era o grande problema de André.



    _ Eu sei que isso não é fácil, mas você vai precisar ter paciência com os seus pais. Pense que… Se a sua capacidade de compreensão é maior que a deles, é você que vai precisar entender os motivos deles. – Naiara falava de um jeito que me fazia pensar que ela devia ter feito psicologia. – Do jeito deles, eles se preocupam com você. É só que por acharem que sua vida seria melhor se você fosse hetero, eles prefeririam que você fosse assim.



    O choro de André foi parando aos poucos. Uriel estava sentada ao lado dele, segurando sua mão e acariciando-a, enquanto eu só assistia.



    _ Não estou dizendo que seus pais estão certos, mas tem coisas que você só entende quando tem os seus filhos. – e dito isso a Naiara beijou o rosto dele. – Então… Você dorme aqui hoje e vai ver como as coisas estarão melhores amanhã.



    Depois dessa André pareceu um pouco melhor. Fomos preparar o jantar e vimos um filme. E nesse meio tempo, volta e meia eu o pegava me olhando e quando eu o encarava, ele sempre desviava os olhos, mas isso só durou até a hora em que a Uriel dormiu no sofá, já no final do filme e como as minhas mães estavam no quarto… Estávamos praticamente sozinhos ali. E inevitavelmente eu me lembrei do último final de semana, quando ele me beijou.



    _ A Uri sempre dorme vendo filme… - eu disse como desculpa para começar uma conversa e aí comecei a pega-la no colo. – Ei, arrume a cama dela, por favor. – pedi e na mesma hora André foi à minha frente e fez o que pedi. Fiquei realmente aliviado ao colocar Uriel na cama. Embora fosse bem magra, uma menina de 13 anos pesa!



    _ Você e a Uri se dão muito bem, não é? – André disse e eu concordei enquanto ia arrumar a cama dele. A cama da Uri, assim como a minha, era um bicama, tinha outro colchão embaixo. – Eu não lembro qual a última vez que conversei por mais de meia hora com meus irmãos sem brigar com eles… - e por mais que falasse aquilo como se fosse algo banal, pude perceber que aquele fato incomodava André. Forrei o colchão e sentei ali com ele, observando cada detalhe daquele garoto bonito que havia sido o primeiro a chamar minha atenção.



    _ Você não se dá bem com a sua família, não é?! – perguntei me jogando para trás e deitando ali.



    _ Na verdade, eles que não se dão bem comigo. E… - ele me olhou como se fosse rir. – Não era eu que ia dormir aí?!



    Foi ao que um “plano maligno” me ocorreu.



    _ Não seja por isso! – disse então o puxei para que deitasse ao meu lado e antes que André pudesse reagir, o abracei, fazendo-o ficar com a cabeça sobre o meu peito.



    Como eu queria saber o que se passava na cabeça dele naquela hora… Acho que até sabia e sem duvida sabia como agir. Ora… Eu era filho de Anne e Naiara há 16 anos! Elas haviam me dado conhecimento o suficiente para superar o lendário Casa Nova!



    Então, assim que senti o corpo de André relaxar junto ao meu, em sinal de confiança, aproximei meus lábios do ouvido dele e sussurrei:



    _ Eu não sei o que você está fazendo comigo, mas está fazendo muito bem feito.



    A reação foi imediata. André pareceu ficar tenso e então se levantou rápido e eu fiz o mesmo. Nunca cheguei a descobrir se ele realmente pretendia se afastar de mim com aquilo, pois antes que ele pudesse fazer qualquer coisa, eu rapidamente o segurei pelo pulso e o puxei para mim enquanto minha outra mão foi para sua nuca e então e o beijei! Aquilo aconteceu tão rápido que mais parecia ter sido por impulso, mas não foi. E passado o susto inicial, André correspondeu ao meu beijo, que já começou intenso. Beijar André era meio como beijar uma garota, os lábios macios, o perfume delicado e os braços finos me envolvendo pelo pescoço. E ao contrario do me primeiro beijo com um garoto, daquele sim eu gostei.



    _ Sabia que… Você é o primeiro garoto por quem eu me sinto atraído? – perguntei com os lábios ainda próximos aos dele.



    _ Só atraído?



    _ Sinceramente… - comecei. – Eu sou novo nessa coisa de gostar de garotos, então… Não sei dizer ao certo o que estou sentindo, mas sei que gosto de estar com você. – e dei um curto beijo nele. – Gosto de te beijar. – ele sorriu envergonhado. – E principalmente, gosto de te ver sorri assim.



    Depois dessa já era garantido que eu tinha conquistado-o. Não que estivesse vendo aquilo como um jogo ou algo assim. Afinal, apesar de me ensinarem como fazer, as minhas mães me ensinaram a não brincar com os sentimentos das pessoas. E assim eu e André acabamos dormindo juntos ali e claro que trocamos mais alguns beijos antes e na manhã seguinte acordamos com o barulho do despertador. Sorri ao ver André ao meu lado e não fiz comentários sobre a cara de espanto da Uri. Sabia que André iria contar tudo a ela depois. E assim nos arrumamos e a Anne foi nos deixar na escola. E como eu não estudava na mesma escola da Uri, fiquei por último… De propósito.



    _ Então… - a Anne começou. – Eu achava que ia ter um hetero nessa família, mas depois da cena que vi hoje de manhã…



    Eu ri meio sem graça.



    _ O que eu posso dizer?! Alguém tem que gostar de homem naquela casa! – e foi a vez da Anne rir enquanto dirigia. – E além do mais… Eu não consigo ver muita diferença entre o André e uma garota. Além de certos “detalhes”, óbvio…



    _ Você vê o André como uma garota?! Ele nem é tão andrógino assim…



    _ Eu não disse isso. – corrigi. – É só que não vejo diferença entre estar com ele e estar com uma garota. Ao contrário do outro garoto que tinha ficado, eu gostei de beijar o André. Talvez tenha a ver com as situações, tipos físicos e afins…



    _ Entendo… Mas vocês estão namorando ou o que?!



    _ Acho que “ou o que”. André parece ser do tipo que não fica por ficar e eu não sei se gosto dele o suficiente para namorar.



    E finalmente chegamos ao meu colégio, mas antes que eu saísse do carro a Anne disse:



    _ Não sei se Uriel te contou, mas o André tem alguns traumas com relacionamentos então é melhor tomar cuidado.



    _ É, eu sei. “Eu sou responsável por aqueles que cativo”. – disse à frase que a Naiara vivia repetindo.



    Depois disso me despedi da Anne e fui para o colégio. Era realmente bom poder conversar com as minhas mães e a Anne em especial fazia questão de ser mãe e amiga. Creio que porque ela tinha um relacionamento meio… “delicado” com a mãe dela. Não que se odiassem ou algo assim. A Naiara mesmo tendo perdido a mãe cedo, só tinha boas lembranças desta.



    Outra diferença entre as famílias das minhas mães é que o pai da Naiara tinha aceitado bem melhor o fato de ela gostar de mulheres. Esse meu avô sempre havia deixado claro que “preferia que fosse diferente, mas não seria contra e estaria ao lado da Naiara”. Já o Pai da Anne… Ele só foi aceitar melhor as coisas um tempo depois que eu nasci. Ele adorava a Uriel e eu, mas ainda era meio contra a união das minhas mães, embora já tivesse desistido que a Anne virasse hetero.



    E ainda pensando no caso do André fui para a minha sala e no caminho encontrei Lucio, um dos meus melhores amigos e ao lado dele estava um garoto loiro que eu não tinha idéia de quem era, mas logo soube que se chamava Thiago e era do 2º ano C – eu era do 2º ano A.



    Enquanto nos três conversávamos, reparei em Thiago de um jeito que nunca ia reparar em Lucio – que considerava um irmão. Olhei para ele como “Homem”. Como uma garota hetero olharia. Mas não gostei muito do que vi. Thiago tinha 16 anos e era um pouco mais alto que eu. O corpo era médio, nem forte nem fraco, como o cabelo chegando até os olhos e um jeito típico de “filhinho de papai sem muita coisa na cabeça”. Era diferente do André…



    Só que depois no intervalo eu acabei reparando em outro garoto. Este era um pouco mais baixo que eu, tinha o cabelo comprido e castanho escuro e a pele bem branquinha que era destacada pelo casaco preto do Smashing Pumpkins que ele usava. Esse garoto não era tão “fofo” quanto o André, mas eu o achei muito bonito.



    É… Acho que eu realmente era bi. Talvez fosse só questão de achar um garoto que fizesse o meu tipo.



    _ Ei, porque você está tão distraído hoje? – Lucio perguntou.



    _ Não é nada. Só pensando na vida. – respondi com naturalidade.



    Geralmente eu conversaria com Lucio, mas não ia fazer isso com aquele imbecil do Thiago por perto.



    _ Ei, Thomas. – Thiago começou. – Me falaram que você tem duas mães. É verdade?



    _ É sim. Por quê?



    _ Caralho! Você já parou para pensar que você tem dentro de casa o maior fetiche masculino do mundo?- ele disse de um jeito empolgado. – Se bem que deve ser muito estranho ter duas mães e nenhum pai…



    _ Na verdade só tem uma coisa ruim em ter duas mães…



    _ O que?! – Thiago quis saber.



    _ Tem sempre um imbecil filho da puta para vir me perguntar coisas idiotas sobre eu ter duas mães.



    Disse isso levantando e saindo enquanto Lucio me seguia, rindo da cara de Thiago. Eu realmente não tinha muita paciência com gente idiota.



    _ Então, posso saber o que está acontecendo? – Lucio insistiu.



    _ Eu fiquei com um garoto ontem… - E ele me olhou meio surpreso. – E gostei! – aí Lucio ficou pasmo de vez e eu apenas esperei a reação dele.



    _ Você… Você me traiu! – ele fez cara de choro.



    Aí eu tive que rir. Era impressionante como Lucio não levava nada a sério. De qualquer forma eu contei tudo que aconteceu a ele e por fim disse:



    _ E estou pensando seriamente em pedir o André em namoro!



    ~oOo~



    Quando cheguei em casa, mal coloquei os pés ali e Uriel já veio gritando:



    _ Eu quero falar com você! – ela disse séria de um jeito que fiquei assustado.



    _ Calma! Eu juro que não fiz nada! – fui logo me defendendo sem nem saber o que era.



    _ Você chama de seduzir o meu melhor amigo de nada?! – ela me agarrou pela camisa e por um instante achei que ela fosse me bater.



    _ Ei, calma aí! Foi ele que começou me beijando no domingo. Não venha falar comigo como se eu fosse um corruptor de menores e ele não soubesse o que está fazendo! – falei já sem muita paciência e me soltando dela com facilidade.



    _ Você realmente não entende, não é?! Você só viu o André duas vezes na vida e acha que pode ficar brincando com ele assim?!



    _ E quem disse que eu estou brincando?! E se eu gostar dele de verdade? Não era você mesma que não queria que eu fosse hetero?! Pronto... O seu amigo me convenceu a não ser!



    E por um instante Uriel fez uma expressão que não consegui definir do que era, a não ser que ela tinha ficado surpresa com o que ouviu.



    _ Isso… É serio?! Você realmente está gostando do André? – ela perguntou mais calma, mais ainda sim séria.



    _ Eu… Não sei direito. Acho que sim… - e comecei a ir para o meu quarto com ela me seguindo. – Eu disse que era hetero porque nunca havia sentindo nada de mais por um garoto, nem mesmo atração, mas… O André é tão lindo, tão fofo que… - não consegui explicar.



    _ Acho que entendi… - ela disse e sentou na minha cama. – Mas antes que você resolva seguir à diante com o André, deixe-me te contar uma historinha… - e não sei por que, mas tive a impressão de que o que quer que eu fosse ouvir não ia contribuir para a minha felicidade… - Desde pequeno André sempre soube que era gay, só que os pais dele são homofóbicos então ele nunca disse nada. E um dia, quando ele estava indo mal no colégio a mãe dele contratou um professor particular. Um carinha de uns 20 anos que fazia faculdade e tal, Marcelo o nome dele. E André acabou se apaixonando por esse babaca… - ela fez uma pausa. – Você já deve ter percebido o quanto o André é tímido. Então só quando se deu conta que não teria mais aulas com o cara e assim não iria mais vê-lo, é que ele foi se declarar…



    _ E o que aconteceu? – não resisti a perguntar.



    _ O cara disse que gostava dele também então eles começaram a “namorar”. De inicio foi como um sonho para André, mas não durou muito. Ele tinha 14 anos na época e parecia que o único objetivo do Marcelo era transar com ele. E um dia… Quando o André tinha ido a casa dele… Marcelo viu aquilo como uma oportunidade para transar com André, mas ele não quis e aí…



    E pelo jeito súbito que a Uri parou de falar, um arrepio percorreu o meu corpo só de imaginar o que tinha acontecido. Olhei para Uriel com esperança de que ela negasse o que eu estava pensando, mas ela fez o contrario…



    _ André ficou tão mal pelo que aconteceu que nunca teve coragem de contar o que tinha acontecido. Só para mim… Por um bom tempo ele se isolou das pessoas e desde então não ficou com mais nenhum garoto. Até que conheceu você…



    Não soube o que dizer quando ouvi aquilo. Eu nunca tinha visto aquele tal de Marcelo na vida, mas fiquei com uma imensa raiva dele. Como alguém podia ter coragem de machucar André?!



    _ Então... – Uri continuou - Se você realmente estiver gostando do André, eu dou todo apoio, mas se estiver ficando com ele só por curiosidade, juro que quebro a sua cara, Thomas!



    Não era preciso falar aquilo duas vezes. Simplesmente não conseguia tirar aquela historia da cabeça. Saber que alguém como André havia sido estuprado era capaz de despertar Compaixão até nas pessoas mais insensíveis! Mas o difícil naquilo tudo foi controlar a vontade que eu sentia de vê-lo. Durante aquela semana ainda falei com ele uma duas vezes pelo msn, mas foi só no sábado a tarde é que tive uma boa surpresa…



    Eu estava no meu quarto estudando quando bateram na minha porta e eu quase caio para trás quando vi que era André. Ele estava lindo! Ele estava com uma calça jeans preta, uma camisa social branca com as mangas dobradas até o cotovelo com um colete preto por cima. O cabelo estava solto como sempre, bem penteado, dando um ar mais feminino a ele.



    _ Ocupado? – ele perguntou fechando a porta atrás de si e encostando-se nela.



    _ Um pouco… - falei levantando e indo até ele. – Eu discuti com um professor e segunda tenho prova dele e como ele disse que vai fazer uma prova diferenciada pra mim, como Vingança vou estudar bastante pra ir bem na prova.



    Quando terminei de falar já estava com o corpo colado ao do André e minha mão acariciava o rosto dele, o que o deixava vermelho. E ele ficava tão bonitinho assim que acabei não resistindo a beijá-lo. Claro que eu ainda lembrava da historia que Uriel tinha me contado, então fui fazendo aquilo com calma.



    Juntei meus lábios aos dele e só quando fui abraçado pelo pescoço é que fui aprofundar aquilo aos poucos. Era realmente bom beijá-lo, notar o quanto André parecia confiar em mim, mesmo depois de tudo que havia acontecido a ele. O problema era ficar sempre naquele ritmo calmo.



    Eu tinha 16 anos, ora! Era a primeira vez que me sentia atraído por um garoto. E muito atraído por sinal. Tanto que depois de um tempo assim minhas mãos iam ganhando vida própria e começavam a passear pelo corpo de André.



    Por um breve instante ele pareceu ficar meio tenso, mas logo relaxou, ficando completamente solto em meus braços, o que tornava a situação ainda mais tentadora. Parei o beijo e o encarei, com os rostos ainda bem próximos. Eu podia sentir os meus lábios ainda roçando nos lábios de André, bem de leve, e a respiração pesada contra o meu rosto.



    _ Thomas… - ele murmurou o meu nome e agarrou-se com força a minha camisa.



    Eu não sabia o que estava acontecendo comigo. Eu estava perdendo o controle! Voltei a beijar André, mas dessa vez de um jeito mais… desesperado, intenso… apaixonado! E ele correspondia tão bem a aquilo que eu já estava ficando excitado, mas foi aí que bateram na porta de novo.



    _ Thomas, quer fazer o favor de devolver o MEU amigo! – a Uri disse, o que nos fez parar na mesma hora, mas nem por isso desfizemos o abraço.



    _ Não! – eu disse alto, fazendo André rir e esconder o rosto contra o meu peito. E fui mais além. – Ele é seu amigo, mas é o MEU namorado!



    _ O que?!?! Desde quando??? – Uriel gritou.



    Olhei para André e vi que ele estava me olhando de um jeito meio pasmo, sem saber o que dizer, então sussurrei no ouvido dele:



    _ Quer namorar comigo?



    _ Quero… - ele respondeu num sussurro.



    _ Desde agora! – respondi para a Uri e então beijei os lábios do meu namorado!



    Dava para acreditar nisso?! Eu passei tanto tempo pensando em como seria pedir André em namoro, pensando se queria pedi-lo em namoro e no final das contas foi tão simples! E tão bom… Ainda mais ao ver o belo sorriso dele quando paramos de nos beijar, devido a Uri que não parava de bater na porta. Oh garotinha empata foda!



    Abri a porta, e encarei Uriel, ainda abraçado a André. Ela estava visivelmente arrumada para sair, com um de seus vestidinhos ao estilo Gothic Lolita, o cabelo partido ao meio e amarrado com dois Laços e sapatilhas de salto.



    _ Então pelo visto já vi que serei abandonada hoje, não é?! – ela disse tentando controlar a vontade de rir.



    _ Uri… Eu… - o André ficou vermelho e se encolheu contra o meu corpo.



    _ Uri… Você já vê o André todos os dias. E a gente começou a namorar agora… - fiz cara de choro e abracei o André com mais força.



    Por um instante a Uriel olhou para André de um jeito que pareciam ter uma conversa muda, se entendendo apenas com aquilo. E mesmo que não entendesse o que se passasse entre eles, minha teoria foi confirmada quando a Uri respirou fundo.



    _ Ok. Vou falar pro pessoal que não deu pra você ir. – e com isso ela se despediu do André e foi embora!



    Só que aí eu fiquei meio sem saber o que fazer. Queria voltar de onde tinha parado com André, mas ele me pareceu um tanto quanto nervoso agora. Ao menos eu já tinha uma idéia do por que. Então segurei o rosto dele com uma das mãos e beijei levemente os lábios dele para então sorrir.



    _ Acho que acabei mudando os seus planos para o final de semana, não é?!



    _ Acho que você mudou muito mais que isso… - André disse sorrindo de um jeito tímido e tão lindo que não resisti a abraçá-lo com força.



    Era realmente incrível como as coisas podiam mudar tão rápido. Um dia eu estava me dizendo hetero e no outro apaixonado pelo melhor amigo da minha irmã! Não sei dizer por quanto tempo André e eu vamos ficar juntos. Sei que nem todo relacionamento consegue durar tanto quanto os das minhas mães. Mas posso dizer que realmente o amo e uma coisa que as minhas mães me ensinaram é que nem todos os relacionamentos precisam ser para sempre - como o delas - mas se puder fazer com que seja infinito enquanto durar, já vale muito a pena.
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    Mensagem por Sinthia Qua Set 22, 2010 7:53 pm

    Nossa, essa fic é ótima.
    O modo como os personagens são descritos e suas maneiras de pensar me cativaram ^^
    Adorei ^^
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    Mensagem por Sohvi Seg Out 11, 2010 10:38 pm

    Nossa, eu realmente amei essa fic! Shocked
    Dá fontade de ler mais e mais... XD
    Anyway, espero ver mais fanfics suas! \o/
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    Mensagem por Karina Ribeiro Seg Out 25, 2010 9:33 pm

    Mto boa essa fic!!!!
    Mto engraçado! Fiquei imaginando os desenhos se essa história fosse um mangá, gostei mto!

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