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    [Death Note] O Dia Especial De Mello

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    Mensagem por Lhama-chan Qui maio 26, 2011 9:13 pm

    Autora: Lhama-chan
    Fandom: Death Note
    Censura: PG-13
    Ship: MattxMello
    Gênero: Comédia,Romance
    Status: One-shot terminada.
    Disclaimer: Death Note pertencer a Tsugumi Ohba-sensei e sua arte pertence a Takashi Obata-san. Matt e Mello são meus. Todos meus, por que eu os roubei. E por isso eu os utilizei sem culpa nessa fic. Contém shonen-ai, mas nenhum lemon. Gomen nee, Fujoshis? Fic escrita sem fins lucrativos, apenas para o divertimento da autora.
    Sinopse:Volto para casa depois de uma noite inteira fora e, do nada, Matt começa a agir como um maluco. Ele age como se eu o tivesse traído terrivelmente. E o pior é que eu me importo com o fato de tê-lo magoado. Que tipo de data especial eu estaria esquecendo?


    Última edição por Lhama-chan em Qui maio 26, 2011 9:25 pm, editado 1 vez(es)
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    [Death Note] O Dia Especial De Mello Empty Eu esqueci

    Mensagem por Lhama-chan Qui maio 26, 2011 9:24 pm

    Aviso: A fic contém algumas palavras inapropriadas para quem é mais sensível, é. No mais... Essa é minha segunda fic de Death Note, espero que gostem ^-^


    O prédio em que moramos NÃO fica na área nobre da cidade. Moramos no sétimo antar de uma construção decadente e nossos vizinhos de porta são um gangster e uma prostituta que gosta muito de repetir que adora homens ruivos - E ela sempre diz isso olhando diretemente para Matt, meu eventual companheiro de apartamento e parceiro. Eu gostaria muito de atirar nela, mas isso levaria Matt a pensar que eu estava com ciúmes. Eu não estava.

    Meu relacionamento com Matt é extritamente de amizade. Eu juro... Certo.... Algumas vezes eu me senti ligeiramente estranho na presença dele, mas acho que esse tipo de coisa acontece, afinal eu perdi minha adolescência atrás do Kira e nunca tenho tempo de sair com garotas. Tudo o que eu preciso é não pensar no que eu sentia quando estava ao lado dele.

    No nosso prédio ninguém mexe conosco, poucos sabem nossos apelidos - Mello e Matt - e também não ligam. Um cara ruivo que fica muito tempo em casa e se veste estranho? E daí? Um cara com uma queimadura em quase metade da cara? E daí que ele só usa couro preto e sempre carrega algo que lembra uma arma? Ninguém se importava. Éramos apenas uma dupla de jovens desajustados - as pessoas deviam achar que fugimos de casa - morando na periferia de Los Angeles. Aquele prédio devia ser o melhor esconderijo do mundo. Ou QG, como Matt gostava de chamar.

    Nosso apartamento não é dos melhores. Só temos um sofá velho, alguma parafernália de espionagem improvisada - Essa parte não conseguimos licitamente... Mas não acho que aquela loja de eletrônicos vá dar falta de uma TV... Ou duas... Ou o PlayStation 3 que Matt fez questão de pegar como condição por arrombar a loja e desativar os alarmes -, uma única cama prestes a quebrar, dois colchões de mola, muito duros e uma cozinha improvisada. O nosso banheiro faz quaquer esgoto parecer o paraíso, considerando que nenhum de nós consegue obrigar o outro a limpar.
    Não era o lugar ideal, era muito diferente da sede cuidadosamente construida da SPK. Apesar disso, eu tinha certeza absoluta de que Near não se sentia em casa assim como eu me sentia. Eu nunca me rebaixava e não gostava de pensar que o lugar perfeito para mim era um apartamento chulo na periferia, mas eu estava relativamente feliz, se ignorasse a situação. As coisas com o Kira e tudo mais.

    Quando eu cheguei em casa - não passavam de nove da manhã, eu não tinha dormido um segundo seguindo pistas e estava exausto - achei que o lugar estava anormalmente limpo. Como se Matt tivesse tentado limpar na minha ausência. O seu casaco estranho estava pendurado na entrada, sinal de que ele estava em casa, o que também era facilmente verificável pelo barulho irritante de video game vindo da sala.
    Ele estava tão concentrado em seu jogo que não notou que eu cheguei. Belo vigilante eu arrumei... Entrei na sala. Ele estava deitado de um jeito muito impossível com as costas arqueadas, uma perna pendurada no braço da poltrona e a outra balançando do encosto, desviando os olhos do jogo a intervalos regulares para dar uma olhada naquela mulher japonesa, a Amane Misa ou coisa parecida.

    Eu aproximei-me por suas costas olhando o que se passava na tela da TV do jogo. Era algum tipo de RPG, acho. Matt era um anãozinho vestido de verde que estava lutando contra uma quantidade absurda de... Galinhas.

    - Não se fazem mais jogos como antigamente. - comentei me ajoelhando atrás dele e pousando displiscentemente o queixo em seu ombro.

    - Esse é de 64. - ele me corrigiu, muito concentrando em se livrar do ataque aviário.

    - Hmm... Então os jogos são ruins desde sempre.

    Matt me ignorou por alguns segundos. Então olhou para mim e largou o controle como se tivesse sido eletrocutado. As galinhas na tela não demoraram a engolir o anãozinho. Ele levantou-se de um pulo, arfando como se tivesse corrido quilômetros.

    - Mello! Você quer me matar do coração? - gritou Matt pondo a mão no peito.

    - Hã? Você é idiota? - perguntei - Eu estou aqui há séculos, falei com você normalmente e só agora você se assusta?

    - É que eu lembrei... Lembrei... - Matt ficou levemente vermelho. - Bom... Como você está, Mello?

    - Bem, eu suponho... - É impressão minha ou ele está agindo estranho? - Mas acho que a pergunta certa é... Você está bem?

    Eu não fiz essa pergunta como uma pergunta casual. Era mais como "O que você andou fumando?"

    - Bem, bem. - Matt desligou o video game chutando o botão, algo que ele condena e odeia quando eu faço. - Ah, caramba! São nove horas! Parece que foi há dois minutos que eu comecei a jogar e não cinco horas. Fique aí, Mello, vou fazer o café da manhã.

    Definitivamente tem alguma coisa estranha aí... Desde quando ele é tão prestativo? Ou melhor... Desde quando ele não se importa de fazer o café da manhã depois de virar a noite jogando? Vasculhei a minha mente buscando coisas importantes para mim que Matt poderia ter quebrado... Minha moto? Não, eu estive com ela a noite inteira. Idem para a minha arma. Meus chocolates? Não era como se ele não pudesse sair e comprar mais, era? Então... Qual era o problema de Matt?

    Fui atrás dele na cozinha, onde ele se atrapalhava com uma frigideira e franzia as sobrancelhas para os ovos que estava tentando fritar. A sua habitual camiseta listrada estava torta, deixando a mostra um dos ombros e ele estava sem calças. A cueca samba canção combinada com as meias o deixavam quase engraçado.

    - Por que você está tão histérico? - perguntei me aproximando.

    - Isso é importante. - ele resmungava baixinho parecendo um tanto tresloucado, mas muito concentrado na tarefa de fazer o café da manhã - Desculpe por não ter visto o tempo passar.

    - Matt... Eu não estou com fome. - bufei, já meio irritado - Eu comi umas três barras de chocolate nas ultimas duas horas.

    - Você... o quê?! - ele quase deixou cair a frigideira. - Está brincando, certo?

    Agora comer chocolate antes do café da manhã é crime?

    - Matt, o que tinha nos ultimos cigarros que você fumou? Por que a droga do café da manhã é tão importante?

    Matt definitivamente largou a frigideira ao ouvir isso. Soltei um palavrão quando tive que me esquivar de respingos de óleo quente. Estava falando palavrões quando algo me fez paralisar: A expressão de Matt. Ele desligava o fogão com um brilho estranho nos olhos. Ondas de frieza emanavam dele e isso era estranho.

    Matt é o tipo de cara que não liga. Desde que ele tenha uma carteira de cigarros a mão e um jogo - qualquer jogo - com o qual possa passar o tempo, o resto que se exploda. O motivo pelo qual nos damos bem desde o início é que Matt é a pessoa menos explosiva do mundo. Ele fala pouco, ouve muito, tem uma memória muito boa e obedece a todas as minhas ordens simplesmente por não ter nada melhor para fazer.

    - Você... Você esqueceu mesmo, não é? - ele perguntou, numa voz fria que não parecia nem um pouco com o Matt. - Não sabe que dia é hoje?

    - Hoje? - Ele definitivamente ficou maluco. - Segunda feira, não?

    Matt me encarou por um longo instante. Será que era terça feira? Então,com uma expressão de puro ódio no rosto, ele deixou a cozinha. Mas que... Que merda foi essa? Fui atrás dele. Quando alcancei a sala novamente, Matt havia vestido as calças e estava calçando as botas.

    - Aonde você vai?

    - Vou sair. - respondeu num tom curto e grosso que não combinava com sua voz despreocupada.

    - Qual é, Matt. Você está parecendo até uma garota cujo namorado esqueceu do aniversário de namoro ou coisa assim! - exclamei - Está agindo feito um doido.

    Ele me olhou mais uma vez, cheio de rancor.

    - Aonde você vai? - insisti, vendo-o sair para o corredor.

    - Comprar cigarros. - falou, ao mesmo tempo que uma carteira ainda fechada caiu de seu bolso.

    - Você ainda tem cigarros. - empurrei-os no peito dele, muito irritado.

    Havia uma pequena plateia para a nossa briga, então. A prostituta que tinha uma queda por Matt, a pintora frustrada do andar de baixo com sua filha rebelde e o gangster que vivia ao nosso lado. Enquanto eu empurrava os cigarros em Matt, mais cinco pessoas que eu não conhecia surgiram no corredor.

    - Ótimo! - gritou Matt abrindo a embalagem.

    Tanto para o meu choque quanto para o de todos no lugar, Matt enfiou TODOS os cigarros na boca e acendeu todos de uma vez. Roger sempre disse, sempre disse que Matt ia ficar doido de passar tanto tempo jogando video game. Quem diria que ele estava certo?

    - O que você está fazendo, seu quadrúpede? Quer morrer de câncer no pulmão aos vinte e cinco anos? - eu estava assustado demais até para me mexer. - Se você morrer, juro que vou atirar tanto na sua cara que vai reencarnar deformado!

    Então ele jogou os cigarros no chão e pisou em cima.

    - Pronto, não tenho mais cigarros! - ele atirou os braços pro alto. - Agora eu posso ir comprar em paz.

    - Matt! - eu segurei seu pulso quando ele começou a se afastar outra vez. - Você vai se arrepender disso.

    - Isso é uma ameaça, Mello?

    - Não, idiota, eu estou falando dos cigarros. Você só vai encontrar uma loja aberta depois de uma hora de viagem e vai ficar bravo assim e sem fumar até então.

    Fez silêncio mortal no corredor. Eu tinha razão (Insiram uma risada maligna aqui) e Matt sabia disso. E seu desejo por um cigarro aumentou assim que eu lhe disse que ele não teria nenhum tabaco nos próximos sessenta minutos.

    - Odeio você. - Matt declarou.

    - Foi você quem pediu por isso. - sorri, superior.

    - Ah, vai pra merda! - ele gritou.

    E saiu correndo feito uma gazela saltitante - Ok, não exatamente saltitante, só fiz essa comparação porque estava realmente bravo - e com o rosto incrivelmente corado. Tudo o que consegui fazer foi ficar parado com a maior cara de bunda. Depois de algum tempo, comecei a ouvir murmúrios ao meu redor.

    - ... mamãe? Aquele ruivo enfrentou o rapaz loiro...

    - É isso, estou apaixonada por aquele ruivo, ele é o novo amor da minha...

    - Pero estos dos non son gays?

    Eu não falo espanhol, mas a palavra "gays" me chamou a atenção. Bastou que eu endireitasse a coluna e olhasse em volta. Eu já ia perguntar o que eles estavam olhando, mas bastou um olhar meu para que todos saíssem e fossem cuidar de seus afazeres.

    No lugar de voltar para casa, eu bati a porta e saí, sem sequer me dar ao trabalho de trancá-la. Ninguém é idiota o suficiente para me roubar. Saí andando pela rua com as mãos nos bolsos. O que diabos deu no Matt? Ele não ficava tão possesso desde que... Desde nunca! Matt nunca foi tão irracional e nem agiu daquela maneira. Ele só tinha ficado bravo comigo uma vez em toda a nossa vida e tudo o que ele fez foi dizer "Merda, Mello, se você puxar da tomada desse jeito outra vez, vou apagar meu cigarro na sua cabeça" em um tom tão entediado que nem parecia uma ameaça.
    Ok, vamos examinar as informações que tenho... Ele arrumou a casa, ficou obcecado pelo café da manhã e me perguntou que dia é hoje.

    Limpeza... Café da manhã... Dia... Eu diria que o Matt foi possuído pelo fantasma de uma dona de casa maníaca. Depois de shinigamis e cadernos que matam as pessoas, eu acredito em tudo.

    Limpeza... Café da manhã... Devia ser um dia especial para se preocupar com isso... Dia... Dia especial?

    Fiquei o dia fora de casa. No lugar de parar para comer de verdade, passei num mercadinho e comprei algumas barras de chocolate. Mordi uma barra Hershey's e fui sentar-me numa pracinha por ali. Estava frio, ninguém estranhou que eu estivesse usando um casaco preto com o capuz levantado. Algumas crianças corriam perto de mim. A alguns metros de distância, uma família comia um bolo gigante com velinhas em cima. Uma criança batia palmas, muito alegre. Devia ser aniversário dela.

    Limpeza... Café... Especial... Chocolate... Prostituta... Dia especial... Matt...

    Aquela prostituta realmente estava me irritando, quem aquela vadia pensava que era para ficar dizendo que Matt era o amor da vida dela? Só por ele ter me enfrentado uma vez? Matt era meu parceiro, meu melhor amigo, meu. Ela não tinha o direito de querê-lo.
    Casa limpa... Estava quase cheirosa... Era como um lar. Aquela paranóia com o café da manhã... Matt sentia falta de uma casa de verdade?

    - Happy birthday to you... Happy birthday to you... - cantavam os pais da criança.

    Dia especial... Limpeza... Happy... Chocolate... Cigarros... Birthday...Matt...

    Aniversário.

    Puta. Que. Pariu! Aniversário do Matt? Era por isso que ele estava tão irritado? O aniversário dele era... Primeiro de fevereiro. Já era fevereiro? Quando foi o ano novo? Eu me lembrava de ter ouvido algo numa TV sobre natal muitos dias atrás... Será que já havia passado? Era o aniversário do Matt e eu tinha esquecido? Não acredito que ele se preocupava com isso!

    Por outro lado, me sentia meio envergonhado por esquecer disso... Se bem que não era como se eu tivesse ESQUECIDO. Eu só não sabia que dia era... Com toda essa pressão de vigiar aquele novo L, competir com Near e ter metade da minha cara explodida, eu não andara muito preocupado com olhar para o calendário.

    Eu procurei uma loja de departamentos e entrei distraidamente. Felizmente, não havia detector de metais ou eu teria sido preso por porte ilegal de arma. Havemos de convir que a minha aparência não é das menos suspeitas e andar com uma arma por aí não me torna mais popular. Quando fui tentar pensar no que estava fazendo, percebi que estava na sessão de eletrônicos examinando os ultimos lançamentos em jogos. Comprar um presente para o Matt? Aquilo tudo era dinheiro que eu não tinha... Assaltar a loja? Isso tiraria as boas intenções da coisa...
    Um dos seguranças já me olhava com desconfiança. Com um suspiro, saí da loja. Tudo o que eu precisava fazer era voltar para casa e pedir desculpas ao Matt por...

    ...

    PEDIR DESCULPAS O CACETE! Ele que estava agindo como um doido, eu não vou pedir desculpas por ele ficar irritado por uma coisa sem importância. Aquele maníaco.

    E fui pra casa sem a menor intenção de pedir desculpas. Matt e seu aniversário que fossem pro inferno. Parei em frente uma padaria quando algo me chamou a atenção lá dentro. O bolo que comprei não tem nada a ver com isso, eu só queria comer bolo de chocolate. E eu comprei na PADARIA! Um bolo pobre de padaria, ha. Não um bolo de aniversário, não era como se eu estivesse tentando me desculpar com ele.
    Subi os quatorze lances de escada necessários para se chegar ao sétimo andar. O casaco de Matt estava pendurado na entrada outra vez, mas não havia barulho de video game. Entrei lentamente na sala/quarto. Matt estava deitado em seu colchão, apoiado em todos os travesseiros que tínhamos. Ele fumava tranquilamente olhando para a janela, sua expressão ainda magoada. Ele parecia... Bonitinho. Experimentei outra vez os sentimentos estranhos aos quais me referi no começo dessa narrativa. Uma estranha ânsia de... Abraçá-lo.

    Os googles estavam colocados na cabeça, deixando seus olhos castanhos a mostra. Marrons como chocolate.

    - Matt.

    - Oi. - ele sorriu tristemente apenas com os lábios, sem olhar para mim. - Você demorou. Eu pedi uma pizza.

    - Matt, desculpe por esquecer. - Saiu. Simplesmente saiu. Ele sorriu para mim com aqueles olhos cor de chocolate e eu pedi desculpas. Pronto, me condenem.

    - Você andou fumando? - ele ergueu as sobrancelhas - Achei que fosse me chamar de irracional e outras coisas... Bom, pelo menos você lembrou.

    - Eu só não sabia que você ligava. - tomei coragem e falei: - Mas eu comprei um bolo pra você. Pareço idiota?

    - Ah, com certeza. - ele arregalou os olhos - Não exatamente idiota... Apenas... Quem é você e o que fez com o Mello?

    - Droga, eu não tinha nenhum calendário ou coisa assim, como queria que eu adivinhasse que era seu aniversário?

    Matt abriu a boca, mas não saiu nada. Por que os olhos dele eram TÃO parecidos com chocolate? Ele é ruivo, devia ter olhos verdes ou coisa assim. Ou castanhos normais. Como todos os castanhos do mundo. Mas não, ele tinha olhos da cor EXATA de chocolate. Eu tinha certeza absoluta de que, caso eu me aproximasse mais, eu sentiria cheiro de chocolate. Me peguei olhando para sua boca e me perguntando se ele tinha gosto de chocolate, também.

    Isso nem fazia sentido, ele devia ter gosto de cigarro, isso sim.

    Por que então não consigo tirar da minha cabeça a ideia de um Matt de chocolate? Um Matt de chocolate só meu?

    - Mello... Você... - E começou a rir. Ele simplesmente começou a rir. De mim.

    Regra nº 1 da boa convivência com Mihael Keehl: Não ria. Não de mim. Alguém aqui vai levar um tiro...

    - Do que você está rindo? - perguntei, irritado.

    - Mello... Tão... Bu... Ahahahahaha! - Ele engasgou e teve que apagar o cigarro.

    - Matt... Eu realmente odeio quando riem de mim, sabe?

    - Desculpe... Você só... AHAHAHA! - ele enxugou uma lágrima de riso - Mello... Hahahaha... Não estou.. hahaharindo... De-de... AHAHAHAHAHAHA!

    Saquei a arma.

    - É sério, pare de rir ou vou espalhar seu estúpido cérebro na parede.

    - Eeei, sem tiros, chefe. - ele riu mais. - Já parei. - enxugou outra lágrima - Você... Haha, você não faz ideia de quando é meu aniversário, não é?

    - Eu sei perfeitamente! - gritei - Primeiro de fevereiro.

    - Qual é o problema com a sua noção de tempo, Willy Wonka? - ele deu uma gargalhada - Hoje é 13 de dezembro!

    - Ah. - Cocei a cabeça - Se não é seu aniversário, então por que...

    Ele disse 13 de dezembro?

    - Meu... MEU aniversário? - deixei o bolo cair.

    - Exatamente. - Matt levantou e aproximou-se. - Até que enfim você lembrou.

    - E você ficou furioso porque eu esqueci meu próprio aniversário. Fez aquele escândalo todo por... - o encarei. Ergui a arma outra vez. - Fique parado e talvez eu te dê uma morte rápida, seu filho da puta!

    - Aponte essa coisa pra lá! - ele reclamou - Eu fiquei irritado por você ter esquecido. O tempo todo você fica preocupado apenas com o Kira, vingar o L, comer chocolate e blá blá blá Near. Eu também era da Wammy's House, eu também quero vingar o L, mas não gosto da ideia de você acabar totalmente com a sua vida por causa disso. O Near não está fazendo isso, não tem porque você fazer. Você não é inferior a ele.

    Matt... Esse era mesmo o Matt que não liga para nada? Baixei a arma, incapaz de me mexer.

    - Eu sei que não parece, Mello, mas me precupo com você. - Matt suspirou - Desde quando sou seu amigo? Você quase se matou. Não estou reclamando, você realmente ficou sexy com essa cicatriz, mas é melhor ficar vivo, não acha?

    Ele esticou a mão para tocar meu rosto, mais especificamente a feia queimadura que ficaria ali pelo resto dos meus dias.

    - Você é irritante. - respondi - Não acredito que fez aquele escândalo porque eu esqueci meu próprio aniversário.

    - Você tem vinte anos agora, percebeu? Você podia ter uma vida inteira pela frente. E tudo o que você faz é pensar no Near e vencer o Near e Near, Near, sempre Near.

    Ele deixou a mão, que ainda estava no meu rosto, cair.

    - Matt... Se eu não conhecesse você... - Franzi a testa - Diria que estava com ciúmes do Near.

    O rosto de Matt atingiu a mesma cor dos cabelos, vermelho escuro. Alguém bateu à porta. Nosso prédio não tem interfone ou campainha.

    - A p-pizza! - Matt balbuciou e foi atender.

    Matt... Aquele não é o Mail Jeevas que eu conheço? Ficando vermelho e gaguejando... Se preocupando comigo assim... Um sorriso mal intencionado surgiu no meu rosto. Matt voltou para o quarto, trazendo consigo a pizza.

    - Matt? - chamei, vendo-o colocar a pizza na mesinha de centro/mesa de jantar/mesa de planejamento/mesa de qualquer coisa que a gente precise.

    - Sim? - ele já estava sentado no chão ao lado da mesa, abrindo a caixa de pizza.

    Sentei-me ao seu lado. Segurei seu queixo entre o polegar e o indicador e puxei seu rosto para mim. Selei nossos lábios.

    - Obrigado, Matt. - sussurrei sem me afastar.

    - Você se desculpou e me agradeceu em menos de uma hora. - ele também sussurrou. - Sério, quem é você? Onde está o Mello que conheço e amo?

    Ele não questionou sobre o fato de eu tê-lo beijado de repente. Matt e eu simplesmente éramos um do outro, essa era uma constatação tão simples que eu me surpreendi por demorar tanto tempo à dar vazão ao impulso de abraçá-lo e provar seus lábios. Eu sabia que eu devia estar vigiando alguém. Bem, acho que uma noite de descanso não vai me matar.

    Aniversários devem ser feriados ou coisa assim.

    - I. Di. O. Ta. - enunciei lentamente e aprofundei o beijo. - Eu quero um presente de aniversário, Matt.

    - Você está meio exigente para alguém que nem lembrava do aniversário há alguns minutos.

    - Você se recusa? - mordi seu lábio inferior.

    - Foi você quem pediu. - Matt suspirou e me fez deitar ali mesmo. - Eu vou dar um presente de aniversário a você, se é o que você quer.

    Ele tornou a me beijar. Assim como eu ansiava por ele, ele ansiava por mim. Nossa quimica era perfeita. E este foi o fim do meu dia especial, o primeiro de mais alguns.

      Data/hora atual: Qua maio 08, 2024 12:21 am